Escola Normal, patrimônio secular da educação

Jornal O Norte
15/03/2006 às 11:50.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:31

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

A segunda maior escola pública de Minas Gerais e a mais antiga de Montes Claros, a escola estadual professor Plínio Ribeiro – Escola Normal -, comemora a aprovação de 94 alunos no vestibular desse ano. Cerca de 40% dos aprovados conquistaram uma vaga na Unimontes, e os demais, em faculdades particulares, nos mais diversos cursos.




Pátio interno da antiga Escola Normal (e depois Fafil), na década de 1960


(Foto: montesclaros.com)

Atualmente com 3000 alunos matriculados na segunda etapa do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, a escola tem todas as vagas ocupadas e uma  procura constante por novas vagas. Segundo a vice-diretora Marilene Alves do Nascimento, essa demanda é em função dos resultados que  escola vem apresentando ao longo dos anos.

- Além da capacitação prevista na grade escolar, temos nos esforçado no sentido de oferecer melhores condições para que o aluno possa se envolver no processo ensino-aprendizagem, com aproveitamento total do espaço físico disponível e promoção de eventos como fóruns, palestras e atividades culturais em parceria com outras instituições  - explica.

LIVRO DIDÁTICO

Segundo Marilene, outro fator que vem dando apoio ao processo ensino-aprendizagem e contribuindo para a qualificação do ensino público é o livro didático gratuito adquirido através do Programa nacional do livro didático, do governo Federal que tem possibilitado a todos os alunos, acesso ao conteúdo programático, o que antes era restrito aos que podiam comprar o livro.

ESCOLA NORMAL

Criada em 21 de março de 1879, pelo artigo 97, no regulamento no 84, que baseou na autorização contida no artigo 3 da Lei Provincial no 2476, de 9 de novembro de 1878, a Escola Normal foi fundada pelo presidente  da Província, Manoel Gomes Rebelo Horta e instalada em 2 de fevereiro de 1880, iniciando suas atividades em uma pequena casa alugada à rua Justino Câmara, 46, no centro de Montes Claros, permanecendo ali até 12 de março de 1888, tendo como primeiro diretor, Antônio Gonçalves Chaves.

Em 1896 foi transferida para um prédio na praça Dr. Carlos e, ao longo dos anos, teve sua sede transferida para diversos endereços.

Durante dez anos Montes Claros ficou sem a Escola Normal – no período de 1905  a 1915.

Em 18 de julho de 1915, um grupo de educadores, liderado pelo Cel. João Andrade Câmara, fundou a Escola Normal Norte Mineira.

Inaugurada em seu endereço definitivo, à avenida Mestra Fininha Silveira, 1225, em 1966, pelo então governador Magalhães Pinto, com o nome de escola estadual professor Plínio Ribeiro, a Escola Normal é hoje considerada patrimônio histórico municipal.

RESULTADOS

Marilene diz que o resgate da qualidade do ensino da escola, além da confirmação do trabalho dos professores, que têm buscado qualificação através de cursos de especialização lato e stricto sensu, é também uma resposta da sociedade que tem buscado pela educação como uma forma de conquistar uma melhor qualidade de vida.

O professor de Matemática, Manoelito Moura da Silva, que há 15 anos trabalha como docente na rede pública - 4 deles na Escola Normal, diz que os resultados obtidos pelos alunos decorrem de um trabalho intenso de incentivo à pesquisa e aos estudos extra-classe.

- Os alunos da escola pública  normalmente não têm condições financeiras para estudar em faculdade particular. Então, para facilitar na hora do vestibular, aliamos à formação humanística, do ser humano como um todo, que é a função da escola, um ensino voltado para as provas de vestibular, a partir do 3º ano do Ensino Médio – explica Manoelito,  que se diz orgulhoso de ser professor de uma instituição como a Escola Normal.

MÃO DUPLA

Marilene explica que a prática docente é uma via de mão dupla: se a escola se esforça em oferecer melhores condições para o que o processo ensino-aprendizagem aconteça de forma plena, a sociedade também tem entendido a importância da educação para sua vida, que não basta somente saber ler e escrever, que é preciso uma graduação para conquistar seu espaço

- A escola se preocupa em oferecer uma formação integral do homem, sem dissociar do que a demanda procura, que são os resultados nos vestibulares e concursos, traduzidos no futuro como a conquista de uma vaga no mercado de trabalho - conclui.

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