Em sessão especial, vereadores e estudantes discutem meio-passe escolar

Jornal O Norte
30/03/2006 às 11:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:32

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

Acontece hoje, às 19h30m, no prédio II, CCH da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a audiência pública que abre discussão do projeto-lei que institui o meio passe estudantil no serviço de transporte coletivo em Montes Claros, projeto de autoria do vereador Lipa Xavier, que há muito vem sendo debatido na Câmara municipal.

Representantes dos estudantes em manifestação pela instituição do meio-passe estudantil (foto: Fábio Marçal)

COMPROMISSO

Em reunião com uma comitiva de estudantes, no final da manhã de quarta-feira (22), o prefeito Athos Avelino afirmou que, na atual conjuntura, o município não pode assumir o compromisso do passe universal, que daria o direito do Passe Escolar a todos os estudantes de Montes Claros, por considerar que se trata de um número bastante expressivo – cerca de 100 mil -, explicando que, como as empresas cobram pelo serviço, os altos custos gerados iriam, inevitavelmente, sacrificar os demais usuários do transporte coletivo, que teriam que pagar mais caro pelo vale-transporte, e também a Prefeitura, que teria que arcar com parte desse custo.  Ele adiantou, entretanto, que um estudo já está sendo feito na tentativa de viabilizar o meio-passe estudantil, que deverá contemplar os estudantes comprovadamente carentes e que, já na próxima licitação do transporte coletivo, as empresas incluam esse item na planilha.

DESPESAS

Segundo cálculos apresentados na carta assinada pelas entidades que representam os estudantes secundaristas e universitários – União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE), União Colegial de Minas Gerais (UCMG), Diretório dos Estudantes de Montes Claros (DEMC), Diretório Central dos Estudantes da Unimontes (DCE) e União da Juventude Socialista (UJS), entregue ao prefeito, cada estudante que depende de transporte escolar coletivo usa, no mínimo, dois ônibus por dia, ao custo de R$ 1,25, para se deslocar de casa para a escola, somando R$ 2,50/dia. Com isso, o estudante compromete um mínimo de R$ 55,00/mês – correspondente a 15% do salário mínimo vigente - com transporte casa/escola durante os 22 dias letivos do mês, isso no caso de famílias que têm apenas um filho que utiliza o serviço.

EXPECTATIVAS

Segundo o diretor do departamento de Relações Públicas do DCE – Diretório Central de Acadêmicos , Marco Alexandre Souza Silveira, a audiência está sendo realizada na Unimontes exatamente para fortalecer a representação estudantil.

- Caso não seja possível uma isenção total, esperamos conseguir um desconto razoável. Vamos fazer pressão para conseguir a aprovação – explica Marco.

A reunião dos vereadores, que acontece todas as quintas-feiras, às 19h30m, na Câmara municipal, hoje acontece, excepcionalmente, no campus da Unimontes.

O diretor do DCE, Luis Eduardo Souza Pinto será o porta-voz dos estudantes durante a sessão, que está sendo organizada pela Câmara municipal e entidades que representam os estudantes em Montes Claros.

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