Educação para a vida: escola investe em estratégia pedagógica que propõe o diálogo, compreensão e respeito à diversidade para a formação e integração da criança na comunidade em que vive

Jornal O Norte
Publicado em 13/12/2006 às 11:06.Atualizado em 15/11/2021 às 08:46.

O Ímpar - Escola de Criança foi criado em 2004, resultado da junção dos Colégios Indyu e Integral, para atender à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental de 1ª a 4ª séries



Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net



- Eu preciso, eu quero, eu vou. Hoje é assim que as crianças reagem diante das mais diversas situações, com atitudes determinadas e individualistas estimuladas pela sociedade que, cada vez mais, se organiza em uma rotina de isolamento e independência, privando-as da reflexão e responsabilidade com o próximo.





A criança que faz parte de um grupo como família, turma da escola ou amigos se sensibiliza para a importância de seu papel e contribuição em cada um deles.



Com a filosofia sedimentada na inserção social, que busca oferecer à criança o direito de ser ouvida e compreendida, o Ímpar - Escola de Criança foi criado em 2004, resultado da junção dos Colégios Indyu e Integral, para atender à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental de 1ª a 4ª séries.



Segundo a diretora Haydée Cristina Neves Vieira, que trabalha na Educação há 14 anos e está à frente do Ímpar desde sua fundação, o colégio foi criado com a proposta de oferecer um espaço mais adequado para as crianças na faixa etária de um ano e meio até, aproximadamente, 10 anos.



- Desenvolvemos um processo educativo que proporciona um ambiente acolhedor e tranqüilo e que favorece o desenvolvimento integral da criança. Para isso usamos uma estratégia pedagógica que busca alternativas lúdicas onde a criança está constantemente aprendendo a construir, construindo para aprender, a se relacionar e a respeitar o outro, tomando sua realidade como referencial e a escola como vínculo de sua educação, formação e integração na comunidade em que vive – explica Haydée, que diz que para criar esse ambiente acolhedor, é necessário entender o que é afetividade e por que ela é fundamental na formação de pessoas felizes, éticas, seguras e capazes de conviver com os outros e com seu meio.



Formada em Pedagogia, pós-graduada em Educação Infantil e Educação Especial e mestranda em Educação, Haydée diz que é preciso dosar o conteúdo e a educação dos sentimentos para formar verdadeiros cidadãos.



- Falar de sentimentos é difícil, principalmente na falta de um ambiente propício, que dê segurança e proteção suficientes para expor dores, medos, carências e incertezas. Se o professor estimula a criança a expressar o que sente, logo vê mudanças significativas no seu comportamento – explica.



A escola possui atualmente 270 alunos matriculados e, por repetir o ano, alguns passam da faixa etária de 10 anos. Além dos recursos físicos como piscina, horta, mini-cidade, parquinho, tanque de areia, salas planejadas e amplo pátio de recreação, o que beneficia as atividades esportivas e artísticas de forma interativa, segundo a diretora, o processo ensino-pedagógico é embasado na Teoria Construtivista, com metodologia pedagógica eclética, sempre buscando desenvolver a autonomia do aluno. Para isso, os professores promovem rodas de discussão, situações e problemas que instiguem a imaginação, raciocínio lógico e criatividade das crianças.



Haydée diz que esse processo exige constante diálogo e reavaliação da prática pedagógica e administrativa, o que reflete diretamente no cotidiano da escola.



- Quando a criança se sente segura e acolhida ela constrói uma imagem positiva de si mesma e dos outros. Para isso, criamos situações que contribuem para o seu desenvolvimento social, cognitivo, afetivo e psicomotor, que auxiliam na compreensão da realidade, na relação e ação com o meio e na leitura crítica do mundo, sempre respeitando a diversidade e valorizando suas potencialidades – diz.



Entre essas atividades, a diretora destaca as que evolvem as linguagens oral, escrita, matemática, corporal, plástica e musical, onde as crianças fazem suas próprias escolhas, tomam decisões e fazem descobertas, sempre monitoradas pelo educador que provoca sua adaptação a um novo processo.



- Desde 2004 realizamos o Sarau Poético, onde os alunos da 4ª série e período introdutório participam do lançamento de um livro de poesias selecionadas e produzidas por elas mesmas, em substituição à formatura tradicional. Neste ano, mudamos o tema para Chá Literário, e as crianças receberam o livro produzido, declamaram poesias e tiveram um momento de interação com a comunidade escolar – explica Haydée, que diz que o objetivo da promoção é desenvolver o gosto poético, a autonomia e a capacidade de memorização, e estimular a produção de texto.



Haydée explica que o livro produzido pelos alunos é resultado de um trabalho de reconstrução de poesias a partir de textos de diversos autores.



- O trabalho tem contribuído para o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, expressão corporal e imaginação poética das crianças – conclui.

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