Paula Machado
Repórter
O número de crianças e adolescentes obesos no País está crescendo. De acordo com a segunda etapa de divulgação da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do IBGE, os brasileiros não estão se alimentando corretamente. O estudo Nutribrasil revela que mais de 1/4 das crianças brasileiras, entre dois e seis anos, têm excesso de peso e uma em cada dez é obesa. Por isso, muitas escolas atualmente buscam minimizar esses percentuais com projetos de reeducação alimentar, como é o caso da escola Montessori Pedacinho do Céu. Na escola, como explica a professora Rosângele Alves Brito, as crianças desde o berçário até o ensino fundamental passam por uma reeducação alimentar, onde a comida é natural. As iniciativas fazem parte do projeto criança saudável desenvolvido pela escola.
Escola Montessori Pedacinho do Céu promove
a hora da fruta (foto: PAULA MACHADO)
- A escola não tem um nutricionista próprio, mas as funcionárias da cantina passaram por um curso intensivo com nutricionistas profissionais para adaptar nosso cardápio as comidas indicadas pelos mesmos – diz a professora de Matemática e Ciências Rosângele Alves.
Ela afirma que na cantina da escola não são vendidos salgados fritos e que os refrigerantes são proibidos. Na cantina são distribuídos alimentos saudáveis e balanceados, rico em vitaminas e em fibras, sucos naturais, saladas, salgados assados, etc. A escola também estimula a prática de comer frutas.
- Minha filha Maria Clara estuda aqui na escola. Ela não gostava de jeito nenhum de comer frutas, eu oferecia, mas ela se recusava a comer. Na escola temos o momento das frutas, o lanche aqui é coletivo. Então ele via os coleguinhas comendo e passou a comer também. Hoje ela adora frutas – diz a professora de história e geografia Beatriz Melo.
Segundo ela, a escola trabalha com a reeducação alimentar e com a construção dos alimentos onde as crianças participam integralmente.
- Nas oficinas de construção dos alimentos, as crianças aprenderam a fazer sopas, bolos e diversos outros alimentos que estão no nosso cardápio natural – diz Rosângele Alves.
Além da reeducação alimentar como afirmam as professoras, é feita uma prática de esportes bem difundida, para ajudar a diminuir a taxa de obesidade. São aulas de ginástica, alongamento e futebol.
Mas como explica a professora Beatriz, o lanche que as crianças trazem de casa é livre, e não é muito saudável, pois as lancheiras vêm recheadas de refrigerantes, frituras, doces, e salgadinhos industrializados. A reeducação alimentar segundo ela, também tem que partir da casa do aluno, dos pais. Apresentar aos filhos comidas menos nocivas, frutas, verduras, sucos, enfim, muitos por falta de tempo e pela praticidade acham mais fáceis comprar alimentos industrializados do que preparar com mais calma um lanche mais adequado à criança.
IDEAL
A nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da Funorte – JK, Ana Cristina, explica como uma má alimentação pode acarretar problemas para a saúde dessas crianças, como por exemplo, hipertensão, dislipidemias, câncer, diabetes, dentre outras.
A professora ainda ressalta que a criança pode nascer com predisposição genética, mas o meio ambiente a qual ela está inserida vai elevar a probabilidade de ter obesidade, a formação dos hábitos alimentares se inicia no ambiente doméstico, principalmente, e segue junto com a socialização que a criança começa a ter a partir da convivência na escola e na rua.
Para obter uma saúde perfeita segundo ela, é preciso ter bons hábitos alimentares e prática regular de atividade física.
- O sedentarismo também pode ser considerado uma das causas da obesidade, pois os alimentos possuem uma quantidade calórica, que é para manter a taxa de metabolismo basal e o excedente tem que ser gasta, pois o excesso do consumo alimentar acumula sob a forma de depósitos de gordura no corpo – diz ela.
Para evitar a obesidade deve ser feita uma reeducação alimentar, que pode ser através da educação nutricional, orientando desde cedo a se alimentar de forma correta em quantidade e qualidade dos alimentos. Deve fracionar as refeições, fazendo de 5 a 6 refeições por dia com todos os nutrientes necessários ao corpo, tais como: carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais, fibras e água.
