Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
Com o propósito de refletir sobre políticas educacionais inclusivas, de respeito à diversidade e aos direitos humanos, desenvolvidas por meio do diálogo e da troca de experiências com diversos atores governamentais e não-governamentais, a secretaria de Educação, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) promove até o dia 8 de dezembro o seminário Diferentes Diferenças: Caminhos de uma Educação de Qualidade para Todos, em Brasília/DF.
Elementos da cultura afro e indígena estão expostos
em bazar permanente durante o Seminário
O evento que começou no último dia 4, tem na programação uma série de atividades culturais, oferecendo ao público diversão e reflexão sobre o tema em questão.
Na abertura do Seminário, o grupo de percussão brasiliense Akótum apresentou um show com instrumentos musicais africanos, com destaque para o djembê, originário do oeste africano, cuja utilização é recente no Brasil. A proposta do grupo é resgatar uma cultura ancestral que possui 800 anos no oeste africano e que, hoje, é bastante difundida na Europa e na França, mas no Brasil ainda não é muito forte.
O show do Akótum foi prólogo da oficina de pintura corporal indígena ministrada por índios de várias etnias, que mostraram pinturas corporais feitas com tintas preparadas à base de extratos naturais e plantas típicas da floresta amazônica. Durante a oficina, os índios falaram sobre as tradições e significados dos traços e das formas dos desenhos de cada etnia indígena brasileira.
Com participação de todas as regiões do país, representadas por diversos segmentos e parceiros institucionais de educação, o Seminário promove uma troca de experiências sobre a diversidade na educação, em formato de mesas temáticas, reuniões de Comissões, premiações (concurso de redações, obras literárias, trabalhos científicos), relatos de experiência e lançamento de publicações, tendo como temas de discussão o ensino indígena e sustentabilidade, educação, gênero e diversidade sexual, atuação pedagógica na educação de jovens e adultos (EJA), gravidez na adolescência, educação com foco na diversidade étnico-racial e educação no campo, com o propósito de definir possíveis soluções para os problemas que geram as desigualdades, criar políticas públicas educacionais e analisar os resultados dos programas que vem sendo desenvolvidos na rede pública de ensino de todo país.
Além das palestras e debates, na programação cultural, dança, teatro, música, artes plásticas, circo, literatura e cinema contam a história, os costumes, as realizações e as dificuldades do povo brasileiro, através da apresentação de diversos grupos artísticos.
As apresentações musicais incluem coral de crianças, grupos de percussão, afro-reggae, maracatu, entre outros ritmos.
A cultura popular é representada por danças regionais, como o cacuriá, bailado em roda das ruas de São Luís do Maranhão, oficina de literatura de cordel, abordando sua história e seus principais elementos literários – na oficina estão sendo produzidos cordéis sobre as diferentes diferenças vivenciadas e discutidas durante o seminário.
Na mostra de cinema, mais de 20 filmes estão sendo exibidos, cuja temática é a diversidade e relatam experiências e projetos de combate à violência, discriminação racial, prostituição infantil e incentivo à inclusão social e, ainda, exibição de documentários sobre o cotidiano e as tradições de aldeias indígenas. As exibições são seguidas de debate.
O Seminário é uma promoção da Secad/MEC e acontece até a próxima sexta-feira, 8, na Academia de Tênis de Brasília/DF. A entrada é gratuita.