Mineiro de Montes Claros, Paulo di Tarso se entendeu artista ainda criança, quando iniciou os estudos de música no conservatório estadual Lorenzo Fernandez. A paixão pela arte o fez descobrir, no início da adolescência, que a dança contemporânea era o veículo de sua expressão. Aos quinze anos, mudou-se para Belo Horizonte, onde, com mestres de reconhecimento nacional e internacional, recebeu a formação em ballet clássico e dança contemporânea, conquistando sua profissionalização, passando por grandes companhias brasileiras como o Balé da cidade de São Paulo e o Grupo Corpo.
Alimentando ao longo desse tempo o desejo de coreografar, em 1992 decide encerrar sua carreira de bailarino e investir no projeto de se tornar coreógrafo. Nesse processo, a mudança para a Alemanha foi uma escolha intuitiva e o colocou em contato direto com grandes mentes criadoras da dança moderna, o que veio influenciar profundamente suas primeiras obras.
IDENTIDADE
Ainda na Europa, seu sonho, agora plano, tomou formas mais precisas e a volta ao Brasil foi o primeiro passo na construção da sua identidade artística. Ao chegar ao país, recebeu convite para criar uma peça em sua terra natal e, durante o processo de montagem, reencontrou a cultura que havia deixado logo no início de sua trajetória e que se tornaria, daquele momento em diante, o princípio propulsor da sua criação.
Um ano depois retornou definitivamente ao Norte de Minas onde o universo da dança era ainda embrionário, o que também significava campo virgem para as experiências e pesquisas.
Hoje, longe de se sentir completo ou saciado, o coreógrafo e diretor do grupo Ditarso, dedica-se ao projeto de consolidação da companhia que fundou nos princípios da contemporaneidade, refinando o conhecimento que vem acumulando ao longo dos anos.