Desigualdade entre notas é pior no que a de renda

Jornal O Norte
Publicado em 27/12/2007 às 17:12.Atualizado em 15/11/2021 às 08:27.

Um estudo de um pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais a ser publicado no periódico científico International Journal of Educational Research revela que, no Brasil, a desigualdade de renda entre pobres e ricos se reflete no aprendizado das crianças – de forma ainda mais contrastante. Analisada de um ponto de vista econômico, a educação básica brasileira consegue ser ainda pior que a distribuição de renda.



Partindo do conceito do coeficiente de Gini – fórmula usada por economistas para avaliar o grau de desigualdade na renda de um país –, o pesquisador José Francisco Soares, coordenador do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais da UFMG, calculou a desigualdade de aprendizado dos alunos brasileiros. Como base, ele usou as notas dos estudantes de 8ª série nas provas de matemática do Saeb em 2003, um dos exames por meio do qual o governo avalia a educação nacional.



O índice de Gini varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo do 1 um país estiver, mais desigual é a distribuição de renda dentro de suas fronteiras. O Brasil tem coeficiente de Gini 0,545, considerado alto por especialistas. Ao separar os estudantes por status socioeconômico e comparar seus resultados no exame, Soares chegou a um índice ainda pior: 0,635.



O pesquisador disse que esse valor é alto e mostra que o resultado do sistema educacional brasileiro fica muito abaixo das expectativas. Para tratar do problema, o cientista propõe que este tipo de desigualdade de aprendizado seja levado em conta pelas iniciativas governamentais voltadas para a educação. Isso, segundo ele, não acontece hoje em dia, quando muitos projetos conseguem levantar a média das notas dos alunos dando atenção somente àqueles que já são bons.

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