Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
Professores das escolas municipais da zona rural participam do 1º Curso de Formação de Professores em Libras no período de 4 a 8 de dezembro. As aulas serão ministradas pelo instrutor Alex Fabiano Santos Oliveira, formado pelo Centro de Capacitação de Profissionais de Educação e Atendimento a Pessoas com Surdez de Belo Horizonte. A primeira fase do curso aconteceu de 27 de novembro a 1º de dezembro, com participação de professores da zona urbana.
O curso é destinado a professores da rede municipal
de ensino, da zona urbana e rural (foto: Valéria Borborema)
Segundo Alex Fabiano, as aulas têm o objetivo de orientar os professores em como lidar com a educação dos alunos com deficiência auditiva, facilitando a comunicação e contribuindo para sua socialização dentro e fora da sala de aula.
Pelo Censo 2000 do IBGE, existem no Brasil 24 milhões de pessoas portadoras de deficiência, o que significa cerca de 14% da população. Entre elas, 5,7 milhões são pessoas com deficiência auditiva que se encontram excluídas de diversas formas e dimensões da vida social e produtiva.
De acordo com o Censo Escolar de 2000 (fonte INEP – MEC), 80% dos alunos surdos ingressos na escola não completam o ensino fundamental e só 3% completam o ensino médio. A pesquisa constatou que a média de leitura dos alunos surdos com o ensino médio completo corresponde à quinta-série do ensino fundamental. Segundo a pesquisa, as legendas automatizadas em português, em substituição aos textos sonoros produzidos pelos meios de comunicação via closed caption, ou mesmo legendas de melhor qualidade, produzidas para vídeos ou para filmes, não têm atendido de forma satisfatória à grande maioria da comunidade surda brasileira, que usa a Libras como sua primeira língua: além do reduzido número de surdos que adquiriram a língua portuguesa, tanto as empresas de comunicação quanto os fabricantes de aparelhos de TV não têm se preocupado em tornar disponível, em larga escala, essa tecnologia.
As políticas públicas relativas à educação especial resguardam o direito aos deficientes auditivos de receber uma educação bilíngüe, que ensina a Libras como primeira língua, e o Português como segunda, assegurando o acesso a conteúdos curriculares, à leitura e à escrita, sem a necessidade do domínio da oralidade.
Pelos dados do Censo Escolar 2006, Montes Claros atende 204 estudantes com necessidades educacionais especiais na a rede municipal de ensino, sendo 50 deficientes visuais, 19 deficientes auditivos, cinco deficientes físicos, oito deficientes intelectuais, 12 portadores de deficiências múltiplas e 110 portadores de condutas típicas – manifestações típicas de síndromes e quadros psicológicos complexos neurológicos ou psicológicos persistentes.
O 1º Curso de Formação de Professores em Libras tem o respaldo de projetos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para a Educação Especial, com duração de 80 horas/aula, sendo 40h presenciais e 40h semi-presenciais, voltadas para trabalhos referentes ao conteúdo ministrado.
As aulas acontecem no Centro Estadual de Educação Continuada (Cesec), na rua Benjamin dos Anjos, 259, bairro Melo. (com informações da Ascom/PMMC)