Em sua terceira edição, a bordo do barco Luminar, a expedição cinematográfica que começou no dia 22 de julho vem descendo o Velho Chico em um roteiro que inclui 26 localidades às margens do Rio São Francisco, sendo 13 no estado de Minas Gerais e 13 na Bahia, fazendo chegar o cinema a populações carentes, privilegiando cidades que não têm cinema e cujos habitantes estão acostumados a assistir filmes americanos na televisão.
Para a programação de 2006 foram selecionados 11 títulos por meio de uma curadoria realizada pelo idealizador e coordenador, Inácio Neves, e pelo diretor de cinema, Helvécio Marins. As projeções serão compostas por cinco curtas e seis longas-metragens. As exibições acontecerão em plataforma 35 mm e DVD.
Segundo os organizadores, o objetivo do projeto é difundir a linguagem cinematográfica, em especial a produção brasileira, para um público formado, em sua maioria, por pessoas que nunca entraram em uma sala de cinema, contribuindo, assim, para a democratização do acesso à arte audiovisual. Além disso, o projeto valoriza a experiência cultural coletiva e abre caminhos para a criação de novos públicos.
NA TELA
Assim que a equipe do projeto chega ao município, registra em vídeo digital depoimentos dos moradores, imagens dos locais mais conhecidos, o cotidiano, as paisagens. As imagens são editadas e, à noite, são projetadas antes da exibição do filme.
Segundo Inácio Neves, cada comunidade que faz parte do roteiro terá a oportunidade de se ver na tela.
- A idéia é propiciar ao público a oportunidade de expressar seu ponto de vista. Todo o trabalho agregará valores regionais às sessões de cinema, que terão cada uma um toque especial, um caráter singular. A intenção é que futuramente todos os vídeos resultem em um documentário e sejam exibidos em emissoras de televisão educativas e universitárias, argumenta Inácio que diz que o cinema ainda é muito elitizado. Segundo ele, cerca de 96% dos municípios brasileiros não possuem uma sala de cinema e o projeto se inspira neste público ainda intocado pela sétima arte.
ESTRUTURA
Com uma tela inflável de 10 metros de largura por 8 de largura, cadeiras, pipoqueira elétrica, com distribuição gratuita de pipoca para o público, o projeto, em sua terceira edição, começou no dia 22 de julho e finaliza seu roteiro no dia 22 de agosto. Neste sábado aporta em Pirapora (MG), exibindo os curtas O Boto e Nascente e os longas Cinema Aspirinas e Urubus e Aboio. As sessões acontecem na área de eventos da Avenida Salmeron
APOIO CULTURAL
Nas duas primeiras edições, em 2004 e 2005, o Cinema no Rio percorreu oito cidade mineiras, de Pirapora a São Francisco, financiado pela Lei estadual de incentivo à cultura. Na edição deste ano, financiada pela lei estadual e federal de incentivo à cultura, o roteiro foi ampliado, se estendo à Bahia.
- Desde a primeira edição do Cinema no Rio, em 2004, nossa intenção era promover esse extenso roteiro. Nosso próximo passo será percorrer o trecho navegável e não navegável do São Francisco – de Pirapora até sua foz, comemora Inácio Neves.
ROTEIRO
As próximas cidades mineiras a serem visitadas pelo projeto são Buritizeiro, Barra do Guaicuí, Ibiaí, Ponto Chique, Cachoeira do Manteiga, São Romão, São Francisco, Pedras de Maria da Cruz, Descanso, Januária, Itacarambi, Matias Cardoso e Manga. No dia 05 de agosto, a expedição chega à Bahia, encerrando o roteiro no dia 14, na cidade de Paratinga.
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