Durante o encontro, o autor de Resiistir, o montes-clarense Auri Tiago, compartilhou experiências e insights sobre a criação da obra (LEONARDO QUEIROZ)
Um bate-papo com a presença do autor do livro “Resistir”, o montes-clarense Auri Tiago selecionada para o Programa de Avaliação Seriada (PAES), um dos processos seletivos da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), foi a forma encontrada pelo Colégio Indyu para que os alunos pudessem compreender melhor a obra.
Resistir
Durante o encontro, Auri Tiago compartilhou suas experiências e insights sobre a criação da obra, que aborda temas relevantes e instigantes. “Para os indígenas aqui é o recorte dos povos originários, mas eu falo sobre as mulheres e sobre os negros. Então toda essa população marginalizada no Brasil não precisa apenas existir, mas lutar pela existência, existir duas vezes. A tela possui uma narrativa sobre isso e um recorte sobre bandeira do Brasil formada a partir da república de duas famílias ( Bragança e Rasburgo ) onde eu faço uma paródia sobre a bandeira”, explica Auri.
O autor também trata da cor preta em sua obra. “A cor preta representa o luto e a luta, os desenhos são pinturas rupestres da Serra da Capivara no Piauí, há um cocar na parte superior na cor verde que é como se estivesse devolvendo o cocar, a coroa para a floresta. Há um recorte do Cruzeiro do Sul que é a constelação de centauros que possui 4 elementos: fogo, água, ar e terra que é uma relação nossa com o reino mineral, vegetal, animal e o reino hominal. Então há essa possibilidade de pensar não mais no horizonte até mesmo porque a tela vertical onde preciso me religar ao que é sagrado”, explica sobre a tela.
Integração e interação
A professora de Redação do Indyu, Fabiana Carneiro que juntamente com a professora de Literatura, Erenice Carvalho organizou o evento, explica que as duas disciplinas caminham juntas “ Elas conversam e por isso buscamos fazer esse evento para ampliar o debate, o entendimento dos alunos sobre a obra e também valorizar o nosso artista regional Tiago Auri que é reconhecido internacionalmente pelas suas obras”, explica a professora.
Maiara Marcely do 2° ano acredita que o bate papo foi importante para entender a cultura indígena “Essa experiência é muito importante para nós alunos. Sabemos o básico sobre os indígenas e esse é um tema que devíamos aprofundar mais. Ficamos muito gratos ao professor por ter vindo compartilhar sua experiência, falar sobre a obra e por ele ter tido essa curiosidade de ir atrás e buscar um conteúdo tão rico que nos beneficiamos. Dói saber que os indígenas ainda lutam pela sua existência”, diz.