Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
Ao longo dos anos muito se tem falado e escrito sobre a importância da inclusão da arte na escola de forma mais efetiva. No Brasil existem diversos programas que propõem, através da arte e atividades culturais, oferecer acesso a uma maioria privada de um privilégio reservado a minorias – arte, educação, tecnologia.
(fotos: Wilson Medeiros)
Pela Lei 5692, criada em 1971, a disciplina Educação Artística se tornou parte dos currículos escolares. Desde então muitas experiências têm acontecido, e no contato direto com professores, diretores de escola e coordenadores pedagógicos, as intenções parecem apontar para um caminho interessante: a inclusão social usando a arte como ferramenta educacional. Mas no confronto com a prática pedagógica no campo da arte se nota a grande distância entre teoria e prática.
É certo que através do espaço educativo é possível contribuir para o acesso à arte, já que a escola é o primeiro espaço formal onde se dá o desenvolvimento dos cidadãos, logo, nada melhor que por aí se dê o contato sistematizado com o universo artístico e suas linguagens, seja nas artes visuais, teatro, dança, música ou literatura.
Com o objetivo de discutir essas questões, a Unimontes realiza no período de 20 a 24 de novembro o III Seminário Arte na Escola.
Em parceria com o Instituto Arte na Escola, de São Paulo, o projeto é realizado desde 2003, onde apresenta aos professores e acadêmicos as novas linguagens e tendências da arte voltada para a educação, visando a qualificação e aprimoramento do ensino das atividades artísticas. A idéia é levar a arte, ainda circunscrita a um mundo socialmente limitado, a se expandir, tornando-se patrimônio da maioria, elevando o nível de qualidade de vida da população.
O ensino de arte, hoje, é uma área do saber, uma disciplina com origem, história, questões e metodologia. Assim como em outros ramos do conhecimento, abordagens diversas e práticas diferenciadas estão sendo trabalhadas por profissionais interessados no assunto e é possível identificar relações em sua concepção com a Filosofia, Psicologia, Sociologia, Antropologia e Pedagogia.
O III Seminário Arte na Escola tem como princípio que o entendimento da arte no espaço educativo passa pelo conhecimento de suas origens, propostas, inserção nas leis de diretrizes e bases, nas universidades e suas relações com a história do país. Por isso, é preciso conhecer pensadores, teorias, abordagens, propostas, articular artes com outras disciplinas, analisar o fazer e o pensar, configurado numa concepção onde arte e educação sejam práticas que se relacionem, pretendendo a criação de novas práticas na arte e na vida.
As discussões do Seminário incluem temas como O Aprendizado na Sensibilidade no Ensino da Arte, apresentado pela professora Virgínia Kastrup, do Instituto de Psicologia e do Programa de pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Educação Musical Participativa, pela professora Leila Dias, da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutora em Educação Musical pela Universidade de Manchester (Inglaterra); e Mapeamento Cultural de Montes Claros, pela professora Raquel Helena de Mendonça e Paula, coordenadora de Extensão Cultural da Unimontes.
Palestras, comunicações, apresentações artísticas e oficinas fazem parte da programação que começa segunda-feira, 20, se estendendo até sexta-feira, 24.
Durante toda a programação acontecem intervenções artísticas como Space Dance – Hip Hop; apresentações do poeta Guilherme Rodrigues e do instrumentista Luiz Carlos Vieira; Caxambu na Roda e Roda de Choro, apresentadas pelo curso de Artes da Unimontes.
A abertura do seminário será às 20 horas de segunda-feira, no auditório Mário Ribeiro da Silveira (prédio 6 do Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro).