Larissa Teixeira
Ascom/Soebras
Maturidade, perseverança e ideiais. Foram esses ingredientes que culminaram no prêmio do BDMG de Jornalismo Cultural, concedido à acadêmica de Comunicação Social/habilitação em Jornalismo da Soebras/CRECIH, Andréia Pereira da Silva.
A estudante, de 21 anos, esteve entre as três únicas colocações em todo o estado. Com o tema O Cinema em Minas Gerais, edição 2007, Andréia se desdobrou para redigir um assunto, hoje, esquecido pelas fronteiras desbravadas da região norte-mineira.
- Sou muito grata à Rede Soebras de Ensino, uma vez que, se não me fosse oferecida a oportunidade de participar desse vestibular, não estaria realizando o que contemplo agora
(foto: Manoel Freitas)
- Quando foi repassado o tema, pensei em como iria descrevê-lo. Imaginei então trazer a realidade do cinema mineiro para nossa região - lembra.
O concurso foi divulgado nas dependências do CRECIH, através da coordenação, que propôs aos alunos participarem da promoção realizado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, que anualmente promove o concurso de âmbito estadual e dirigido somente à classe discente de Jornalismo. A adoração pelo cinema foi o motivo que a despertou para se inscrever. A partir daí, iniciava a labuta diária para reportar para o papel as informações que recebia de suas fontes. O primeiro a ser entrevistado foi o coordenador do curso, crítico de cinema e idealizador do cinema comentado, professor Elpídio Rocha. Outra referência que teve foi o projecionista e escritor Benjamim Sobrinho. Na medida em que captulava as informações, buscava mais subsídios para editar sua reportagem.
O foco era falar do cenário de Montes Claros e região em alusão à produção cinematográfica. Montes Claros sempre teve potencial para a cinematografia mas, hoje, é que vem se erguendo. - Até a década de 80, a cidade oferecia várias salas de cinema, bem como suas produções. Não somente a cidade-pólo, mas outras cidades próximas apresentavam o cinema - explica, enfatizando que outro personagem importante nessa busca foi o cineasta Paulo Henrique Souto, sendo entrevistado via e-mail por residir na capital.
MÉRITOS EVIDENTES
A paulista Andréia, que chegou a Montes Claros aos 6 anos de idade, mostrava que tinha brilho próprio desde pequena. Ainda na 5ª série, participou do Concurso da Cemig, realizado em 98. Soltando pipas com segurança foi o tema, que garantiu à, ainda menina Andréia, a 2ª colocação.
Desde os 12 anos, luta por uma vida melhor, e vê o sacrifício dos pais o despertar para a solidificação dos sonhos. Foi também nesta idade que começou a trabalhar informalmente para sanar necessidades que se deparava no cotidiano. Durante o ensino fundamental, estudou na rede pública, e quando iniciava o ensino médio, foi presenteada com uma bolsa no Colégio Indyu, onde permaneceu até adentrar no ensino superior público.
- Integrei à Unimontes para cursar Letras, porém, meu sonho sempre foi Jornalismo, mas não tinha como estudar numa instituição particular - desabafa a estudante, que com méritos próprios, adquiriu bolsa integral através do Processo Seletivo Ação Soebras, que disponibiliza bolsas integrais e parciais para estudantes carentes.
- Sou muito grata à Rede Soebras de Ensino, uma vez que, se não me fosse oferecida a oportunidade de participar deste vestibular, não estaria realizando o que contemplo agora - ressalta.
Atualmente, além de estudar Letras/Português no período vespertino na Unimontes e à noite, Jornalismo, no CRECIH/Campus São Luis, Andréia ainda tem energia suficiente para estagiar na Assessoria de Comunicação da Soebras. Neste ano, fez também estágio na InterTv Grande Minas, afiliada Rede Globo, por um período de 6 meses. Assume, agora, a grade de repórteres-colaboradores da Revista Tempo.
REFERÊNCIA E CORAGEM
É com orgulho que Sr. Francisco Pereira da Silva e Sra. Maria Augusta Pereira da Silva, pais da vencedora, mostram que todo empenho é bem-vindo para proporcionar a educação necessária à filha, benefício que eles não tiveram acesso. É o entusiasmo da família o combustível para suprir os sonhos profissionais, porque certamente serão vislumbrados pelos quatro cantos do Brasil e do mundo.
- O foco da minha vida é estudar, pois meus pais não tiveram as chances que agora me chegam. Por isso, tento valorizar ao máximo - reitera a estudante que persiste e, sobretudo, luta.
O pai, pedreiro e a mãe, doméstica, vão ainda ouvir falar mais dessa profissional, que já aprende os primeiros passos de ‘como ser vencedor.
- Vejo que as pessoas se tornam grandes pelos ideais e determinação que carregam. Portanto, não vou poupar esforços para chegar lá - garante, convicta.
Uma ressalva: - Enquanto eu tiver vida, vou lutar e jamais acomodar. Não vejo como utopia, porque qualquer pessoa pode se tornar um grande profissional. Tudo isso é uma ‘questão de acreditar’...