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Domingo,20 de Julho

25 anos de Fonoaudiologia no Brasil: a profissão vem conquistando espaço e respeito cada vez maiores no país

Jornal O Norte
Publicado em 12/12/2006 às 11:45.Atualizado em 15/11/2021 às 08:46.

O Brasil é o segundo país em número de profissionais fonoaudiólogos e comemora as bodas de prata ampliando seu campo de atuação, principalmente na área de Educação



Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net



No dia 9 de dezembro é comemorado o Dia do Fonoaudiólogo. Mas o que faz, realmente, um fonoaudiólogo? É muito comum, em alguns filmes, a voz que dubla a fala um personagem não combinar com seu tipo físico - um magro ter voz de gordo, um idoso ter voz de jovem e vice-versa. Então, ninguém melhor para evitar essas gafes que um fonoaudiólogo. Seu trabalho tem papel importantíssimo na integração social de pessoas com deficiência de fala, audição, escrita ou leitura. Há 25 anos esta profissão vem conquistando espaço e respeito cada vez maiores no Brasil.






1ª semana de Fonoaudiologia com a Doutora Irene Marchesan,


a terceira da esquerda para a direita (foto: arquivo)



A Fonoaudiologia é a ciência que estuda o ser humano, enquanto usa o seu organismo, num ambiente que exige a comunicação. O campo de atuação do Fonoaudiólogo, que até pouco tempo se limitava a consultórios e clínicas, ampliou-se nos últimos anos e, atualmente se estende a escolas, empresas, hospitais, creches, asilos ou na própria clínica, de forma individualizada. Mas as melhores oportunidades ainda estão na fonoaudiologia estética e na consultoria para empresas de Telemarketing, com um salário médio inicial de R$ 983.



Como profissional da Saúde e da Educação exerce suas funções nos setores público e privado e é responsável pela promoção da saúde, avaliação, diagnóstico, orientação, terapia (habilitação e reabilitação) e aperfeiçoamento de aspectos fonoaudiológicos envolvidos na função auditiva periférica e central, vestibular, na linguagem oral e escrita, na articulação da fala, na voz, na fluência, no sistema miofuncional, orofacial, cervical e na deglutição. Trabalha, também, com o aperfeiçoamento de profissionais como radialistas, repórteres e apresentadores de televisão, cantores e atores, que utilizam a comunicação como instrumento de trabalho.



Criativo, curioso e versátil, o fonoaudiólogo teve ter habilidades manuais, ser paciente, pesquisador, persistente, flexível e dinâmico. Como ciência, está relacionada mais intimamente com a Psicologia, Lingüística, Medicina e Física Acústica.



Com as novas políticas de educação inclusiva no Brasil, embasada na Declaração de Salamanca, elaborada pela Conferência Mundial de Educação Especial que ocorreu em 1994, e com a publicação da Lei nº 3.218, de 5 de novembro de 2003, que obriga a rede pública de ensino a adotar o modelo de Educação Inclusiva, o campo de atuação do fonoaudiólogo na área de Educação tem se ampliado de forma significativa.



De acordo com pesquisas do Inep – Instituto de avaliação e pesquisas Anísio Teixeira o Brasil é o segundo país em número de profissionais, com 27,8 mil fonoaudiólogos registrados até 2005.



Na maioria das universidades, o curso tem duração de quatro anos, sendo que o primeiro é unificado com medicina e tem matérias como bioquímica, biofísica e anatomia. Há, ainda, disciplinas específicas, ligadas aos aspectos neurológicos da audição, patologias, lingüística e fonética. No quarto ano o estágio é obrigatório e o estudante pode optar por uma das áreas de especialização.



No Norte de Minas, a rede Soebras é a única instituição a oferecer o curso de Fonoaudiologia e funciona em Montes Claros há três anos.



Segundo a coordenadora, Caroline Pereira de Avelar o curso possui 110 alunos matriculados e a profissão vem estabelecendo vínculo com outras profissões e ampliando o campo de atuação.



Caroline é especialista em Motricidade Orofacial, mestre em Fonoaudiologia e doutoranda na área de Saúde pela Utad – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Ela diz que a primeira turma do curso se forma no próximo ano e, desde o primeiro período, os alunos participam de atividades junto à comunidade, o que tem facilitado a compreensão das disciplinas na prática.



- A prática orientada em saúde pública é ministrada desde o início do curso e os acadêmicos conhecem a aplicação das teorias apreendidas em sala de aula com atividades desenvolvidas junto à comunidade, em escolas, creches e hospitais. Essas atividades contribuem para a formação de um profissional consciente da realidade que o espera no mercado de trabalho, desenvolve a sensibilidade e consciência de seu papel como profissional, como cidadão e como ser humano e, ainda, oferece assistência gratuita a pessoas carentes, o que representa o cumprimento do papel social da instituição – explica.



A coordenadora diz que no ultimo ano os alunos participam de estágio supervisionado, onde os alunos concluem sua graduação e saem prontos para o exercício da profissão.

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