Káthira Cangussu
Repórter
kathira@onorte.net
Quem ainda não desejou que o dia tivesse mais de 24 horas para poder dar conta de todas as suas atividades? A exigência de se manter atualizado faz com que as pessoas entrem em um ritmo desesperado, pois percebem que não conseguem acompanhar a grande quantidade de informações que chega diariamente a suas mãos. Jornais, revistas, livros, enfim, uma infinidade de material que simplesmente não pode passar despercebida na vida de qualquer aluno. E ler sem prestar atenção, tentando ser rápido, é um trabalho em vão, pois nada ou quase nada ficará retido em sua memória.
Dificuldades de concentração, desempenho insuficiente nas provas, dor nas costas, nos ombros, tensão, cansaço e desânimo podem ser resultados da má leitura de obras literárias, notícias, matéria da prova do dia seguinte, conforme alerta a professora de português Neide Luzia de Rezende.
Para ela, é importante que, quando for ler, o aluno tenha de se deixar cativar. A leitura de uma obra, por exemplo, exige tempo e é preciso ter convicção de que é melhor ler bem um texto do que ler três obras sem muita atenção.
Segundo a professora, quando um aluno ou até mesmo um candidato de pré-vestibular se aprofunda em uma obra, consegue relacioná-la melhor com outros textos, o que faz diferença na hora da prova.
Quando um aluno não consegue manter a concentração na hora dos estudos, ou mesmo ao fazer o dever de casa, os pais devem estar atentos, pois o filho pode estar sofrendo alguma doença.
- É recomendado que se procure um médico. Dores nas vista, nas costas ou falta de concentração pode esconder um mal maior.
- Ler é questão de hábito - diz o psicoterapeuta de adolescentes e professor de Psicologia, Antônio Carlos Amador Pereira. Ele diz que exercícios de respiração podem ajudar a se fixar no livro:
- A pessoa aprende a deixar os pensamentos periféricos passarem sem desviar o foco.
Ele enfatiza que a leitura deve ser feita da obra original e não de resumos, bem como quando o aluno for estudar para a prova é importante que ele leia o material que está no caderno.
- Esse tipo de comodismo é o que vicia e cria dificuldades no vestibular e mesmo no ginásio. Quando o candidato lê e constrói o conhecimento, ganha segurança na hora do exame. Quando se trata de um aluno secundarista, o material deve ser sempre o original dado pela professora e não de outros livros - completa o professor.
Cuidados com a postura e exercícios de relaxamento também ajudam na fluência do texto. Segundo o terapeuta Alexandre Zareu, é necessário que o aluno evite ler deitado, pois força a musculatura do pescoço:
- O ideal é que ele leia sentado em uma cadeira que possua uma leve inclinação para trás. É importante colocar um apoio para os pés, caso seja de baixa estatura, e utilizar um suporte para leitura com inclinação de 40.
A estudante Cibele Mendes Correia, 19 anos, sempre gostou de ler deitada, mas ela afirma que procura sempre uma poltrona confortável:
- Comecei a ler na cama, mas dormia. Hoje eu opto por uma poltrona, e aprendi que ler sentada é melhor.
Para a pedagoga Luciana Novais de Sousa, quanto mais se utiliza a memória, mais ela se desenvolve:
- Usar bem a mente é uma forma de mantê-la em forma, e a memorização e a leitura dinâmica são algumas das maneiras de exercitá-la. Mas o treinamento não pode ser feito apenas obtendo-se informações.
Elielson Teixeira é consultor econômico, e precisa sempre estar com números e dados na ponta da língua.
A memorização de alguma coisa seja ela número, dados, palavras acontece quando há um estímulo externo nos atrai e nós o percebemos através dos sentidos. Nesse momento, nós o armazenamos em nosso cérebro, sendo capazes de evocá-lo quando for necessário, explica.