Poetas levam saudades do Psiu Poético

Jornal O Norte
14/10/2005 às 11:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:53

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

O Psiu Poético é um despertar de um novo dia, onde se dorme com as palavras e se acorda com a poesia. Bem, assim definiu o Psiu poético o poeta dos devaneios, Mané do Café ou Manuelídio Ramalho de Oliveira, um dos homenageados durante o evento que terminou nessa quarta-feira em Montes Claros.

Entre poesias e livros, Mané, natural de Imbu das Artes diz que entre um cafezinho e outro servido na estação de metrô de São Paulo, onde foi garçon por muito tempo é que nasciam as primeiras poesias. Pela décima vez em Moc, para se juntar aos diversos poetas de todo o Brasil e ainda do exterior, recebeu homenagem por reconhecimento de seus trabalhos e disse que essa cidade é a capital da cultura graças à devoção pela arte.

- As histórias de como nasceu a minha vontade de poetizar são muitas - disse ele.

Algumas dessas histórias, que afloram cotidianamente, o levam a precisar de caneta e papel a todo o momento já que não é fácil frear os pensamentos.

- Tudo que ganhei até hoje com a poesia me compensou, mesmo no tempo em que fui garçon, porque declamava meus versos entre um cafezinho e outro, o que de alguma forma fazia bem para o meu ego.

Dessa vez Mané, que é autor de três livros - Sonho de um poeta, Calendário do amor e Mané do Café não veio sozinho para Moc. Trouxe consigo cinco artistas, entre eles o filósofo e poeta Mavot Sirc, que define a arte de escrever como indescritível.

PRIMEIRAS LETRAS

Mavot, que confessa preferir a leitura de autores anônimos começou a escrever aos sete anos de idade, e admite ter enfrentado certas dificuldades quando criança em sala de aula. O motivo era o de escrever poesias.

Membro da Cooperifa - Cooperativa de artistas da periferia em São Paulo, Mavot e mais de 200 artistas se reúnem todas as quartas-feiras no bar Zé Batidão para declamar poesias.

Tem menor de 18 com seu 38, acertou quatro no meio de 36 e restaram três, uma viúva e dois órfãos na equação da periferia, a matemática. Precisamos transformar essa matéria.

Nesse poema Mavot relata uma cena que presenciou em São Paulo, e que por sua vez declamou em uma das reuniões da Cooperifa.

Quanto ao Psiu poético, o poeta confessa estar levando saudades na bagagem, justamente porque o evento propicia discussões relevantes para a classe. Outro fato levantado pelos poetas é que o Psiu homenageia o artista vivo. E como diria o Mané do Café.

- Poeta é como o Sol, a Lua e as estrelas. Brilha em qualquer lugar.

Para o evento ele trouxe cerca de quatro mil filipetas que foram distribuídas nas escolas em que o Psiu Poético passou e durante todo o evento.

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