Palestra aborda questões éticas e jurídicas na atenção médica

Em evento na Funorte, especialistas falaram sobre novos tratamentos

Leonardo Queiroz
23/10/2019 às 08:54.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:21
 (LEO QUEIROZ)

(LEO QUEIROZ)

Palestra sobre “Aspectos éticos e jurídicos na escolha de tratamentos médicos” foi oferecida na Funorte, Campus JK, na segunda-feira (21). O objetivo foi passar aos acadêmicos de Enfermagem da instituição as novidades nos tratamentos médicos que envolvem aspectos éticos e jurídicos.

A palestra foi ministrada por Daniel Molinar, médico especialista em cirurgia geral, com foco em cirurgias sem utilização de sangue, e pelo advogado Carlos Henrique Virgílis, administrador especialista em Direito Médico. Ambos são membros da Comissão de Ligação de Hospitais (Colih), surgida a partir das Testemunhas de Jeová.

Daniel Molinar, que atua em hospitais de Ribeirão Preto, no interior paulista, abordou a importância da medicina não transfusional. “Mostramos que existem grandes instituições e grandes hospitais hoje, em todo o mundo, que fazem cirurgias extremamente complexas sem a utilização do sangue, hemocomponentes ou hemoderivados. Temos uma experiência em quase 700 pacientes Testemunhas de Jeová sem a utilização do sangue e essa é uma parte da Medicina que está evoluindo bastante, para atingir um patamar em que será prioritária nas instituições a não utilização das transfusões, por suas complexidades e rejeições, naturais ao transplante de tecido”, disse o médico. 

Ele afirmou ainda acreditar que em pouco tempo todos os hospitais terão em seu protocolo um programa chamado PBM, que é o gerenciamento do sangue do próprio paciente, com o intuito de dispensar o uso de transfusões sanguíneas.
 
DIREITO 
Para Carlos Henrique Virgílis, de São Paulo, foi uma discussão sobre o direito à vida: “Abordamos a recusa de alguns pacientes a determinadas condutas ou procedimentos médicos. Estudamos esse assunto, analisando como a Constituição federal e diversas leis do país protegem o paciente na sua autonomia, os seus direitos a determinados tratamentos e que ele possa exercer o direito de fazer o que bem quiser com a própria vida. Foi ótimo esclarecer aos acadêmicos essa questão, pois a dignidade humana prevalece sobre todos os paradigmas que possam eventualmente representar algum conflito entre a liberdade, a religião e a vida”, afirmou.

Ana Paula Silva, aluna do 5° período de Enfermagem na Funorte, ponderou sobre a importância da palestra: “Foi de grande valor, porque a gente estuda para cuidar do paciente e surgem questões minuciosas que temos que compreender. O paciente chega, o médico passa o tratamento e a gente executa, só que essa questão de saber a opinião do paciente, o que ele realmente quer, é muito importante, principalmente em se tratando desse detalhe, especial, em relação à transfusão de sangue em Testemunhas de Jeová”, disse.

As Comissões de Ligação com Hospitais, das quais os dois profissionais fazem parte, são uma rede mundial de mais de 1.700 instituições, presentes em mais de 110 países. A rede fornece informações sobre estratégias clínicas para evitar transfusões de sangue, com abordagem científica e embasada.

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