Maioria de jovens de baixa renda está fora da escola

Jornal O Norte
16/08/2005 às 16:28.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:50




A falta de acesso à educação e o analfabetismo são os principais problemas apontados no relatório sobre a juventude brasileira, feito por mais de 40 organizações não-governamentais e entregue ao governo na última semana.




O documento, intitulado Tirando acordos do papel mostra que a maioria dos jovens de baixa renda está fora da escola. Além disso, a representante do grupo Interagir, uma das Ongs que participou da elaboração do estudo, Renata Fiorentino, observa que é preciso ter políticas públicas que garantam a permanência dos jovens nas salas de aula e que concluam os cursos, seja do ensino fundamental, médio ou superior.





O governo, aponta o relatório, tem desenvolvido ações para combater o analfabetismo e para aumentar o número de jovens na escola. No documento, há dados do IBGE - Instituto brasileiro de Geografia e Estatística que revelam certo avanço na inclusão de jovens no sistema educacional e o aumento do nível da escolaridade.




Em 10 anos, de 1992 a 2002, o percentual de analfabetos caiu de 16,4% da população brasileira para 10,9%. As Ongs atribuem esse resultado aos investimentos dos governos federal, estadual e municipal em programas de Educação de jovens e adultos e às bolsas educação que reduzem o trabalho infantil.


No Tirando acordos do papel, porém, há a conclusão de que a permanência dos jovens que têm acesso à escola é baixa, principalmente na rede pública. E o principal motivo é o desinteresse, atribuído à baixa qualidade do ensino, a problemas de infra-estrutura e à má remuneração dos professores.




FATORES




A situação financeira também é apontada como causa da evasão escolar entre os jovens.




- Não adianta ter matrícula, se não tem mecanismos de permanência do aluno na escola. Isso vale para ensino básico, médio e até universidade. É importante também garantir que os programas garantam a conclusão do curso e conhecimento adquirido - diz Renata Fiorentino.


Para a representante da Ong Interagir, a falta de qualidade é uma das deficiências mais graves do ensino. Ela lamentou alguns dos resultados apontados na última pesquisa do SAEB - Sistema de avaliação da educação básica, feita regularmente pelo ministério da Educação.




- No último Saeb, viu-se que só 3% dos alunos tinham conhecimento adequado na área de matemática. É ridículo falar que vai desenvolver um país quando se tem um dado desse. Um governo que não consegue qualificar sua população não se desenvolve nunca. E Matemática é uma das áreas básicas.





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