Conheça alguns dos aprovados no mais novo vestibular de Medicina do Norte de Minas

Jornal O Norte
02/08/2005 às 17:18.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:49

Luís Alberto Caldeira


Repórter


luis@onorte.net

Sonhos, dificuldades, realizações e histórias de sucesso. Entre os aprovados para o recém-criado curso de Medicina da Funorte – Faculdades Unidas do Norte de Minas – que recebeu conceito máximo em sua aprovação pelo Mec – Ministério da Educação, o que mais fica caracterizado é o esforço individual de cada um.

Osmaldo estava em dúvida entre Sistemas de Informação e Medicina. Cindy chegou a tentar Jornalismo, Direito, Psicologia, Artes, e até a fazer teste vocacional. Já Américo, Fernanda, Yure e Laura já guardavam uma certeza desde crianças. Gustavo se sentia despreparado, apesar de ter sido aprovado em sexto lugar no curso de Odontologia. Maíra queria ajudar o próximo. E o professor Marco Aurélio já cursou Física, Matemática, Fisioterapia, e agora se diz realizado com o seu quarto curso superior.

São diferentes relatos, mas com um desejo igual: o de se tornarem médicos. Um amor platônico, uma idealização, uma meta como a da estudante Geysa, que tem seu perfil traçado nesta reportagem que representa todos os demais aprovados no curso de Medicina da Funorte.

– Todo mundo diz que paixão de infância passa. A minha não. A minha tem crescido e só aumentou. É o que realmente quero e sei que vou chegar lá – afirma a caloura e futura médica.









O grande sonho de Raianda Maia Alkmim da Costa, 19 anos, sempre foi morar em Montes Claros cursando uma faculdade a qual lhe proporcionaria ajudar o próximo. Após 18 meses em que esteve tentando passar no vestibular, hoje ela comemora a sua aprovação em primeiro lugar no recém-criado curso de Medicina da Funorte e revela o que mais fez a diferença neste tempo.

– O apoio da família foi muito importante, porque a cada derrota a gente acaba abaixando um pouco a cabeça e eles me faziam levantar de novo. Isto foi essencial para a minha vitória - diz.

Ao ser questionada sobre a especialização que deseja seguir, ela hesita em cardiologia ou neurologia, mas afirma que ainda é muito cedo para tratar desta questão.

– Tenho um longo caminho pela frente - reconhece.

À Funorte, Raianda diz conferir a sua credibilidade, apostando no curso, e diz que também vai fazer a sua parte.

– A partir do momento em que entro numa faculdade, depende também muito de mim, e o que eu puder, eu vou fazer.









Américo Alves de Almeida Júnior, 25 anos, conta que, desde criança, sempre quis ser médico. Ao terminar o terceiro ano do ensino médio, tentou Medicina pela primeira vez, chegando à segunda etapa do vestibular, mas ainda não sendo aprovado dessa vez. Como se identificava tanto com a área de biológicas quanto à de exatas, resolveu tentar Física em Viçosa, onde passou e para onde foi morar em 1998. Ele diz que não se adaptou à cidade, retornando a Montes Claros. Por aqui começou a trabalhar como monitor da disciplina à qual tinha facilidade em um colégio particular e que aprendeu a gostar da profissão de professor.

Mas, para não ficar sem um curso superior, Américo Júnior, no ano de 2000, fez o vestibular de Odontologia na Unimontes – sem saber explicar o porquê da escolha pelo curso, sendo aprovado. Cursou dois anos de Odonto, ao mesmo tempo em que continuava ministrando aulas de Física no ensino médio e pré-vestibular. Como também não se adaptou ao curso da faculdade, resolveu abandoná-lo. Em 2004, reconheceu mais uma vez a necessidade de garantir o seu futuro tendo às mãos um diploma universitário, e foi aprovado para o curso de Matemática na Unimontes. Ao iniciar o terceiro período nessa faculdade, ele tomou conhecimento do processo seletivo para novo curso de Medicina na Funorte, e partiu, desta vez, para realizar seu sonho. Américo foi aprovado, e agora parte para o seu quarto curso superior.

– Neste, eu quero ir até o final, quero me formar – afirma, bem humorado e confiante.

– Além de um bom médico, também quero ser um professor do curso médico. Adoro dar aula e acredito que a educação é a base do desenvolvimento social e humano - completa.






Cindy Machado Melo, 18 anos, diz que sempre pensou em fazer Medicina, mas ainda estava indecisa, pois sabia que é um curso que exige muita dedicação. Chegou a tentar Jornalismo, Direito, Psicologia, Artes, até se submeter a uma orientação vocacional. Mas a conclusão do teste só corroborou o que ela mesma já sabia: Medicina era sua opção.

Além de ser difícil a sua realização, ela lembra da dificuldade em ser aprovada no curso na cidade, até então com a Unimontes sendo a única a oferecer Medicina na região.

– É uma concorrência desleal e não escolhe os melhores. Tem muita gente que tem capacidade de estar fazendo o curso e não é selecionada e é até injusto com quem sonha em fazer o curso que realmente deseja.









O desejo de cursar Medicina não foi diferente para Fernanda Nobre Prates, 21 anos. Ela se formou em 2001, e a vontade em ser médica e de se especializar em Oncologia veio, segundo conta, também por uma questão familiar.

Buscando ser aprovada num curso tão concorrido, Fernanda diz que foi a várias cidades do país, principalmente nas do estado do Rio de Janeiro, não sendo ainda aprovada. O sonho não passou, mas ela tomou a decisão de fazer um curso que mais se identificasse com Medicina. Prestou, então, o vestibular para Enfermagem em Volta Redonda, onde foi aprovada e ficou pelo período de um ano e três meses. Conseguiu, após esse tempo, ser classificada numa prova de transferência externa, que a permitiu retornar para Moc. Hoje, no sexto período da Unimontes, e recém-aprovada no curso de Medicina da Funorte, vive o dilema: terminar ou não a faculdade de Enfermagem?

– Tenho que escolher um e fazer bem feito - diz a estudante.









Geysa Fabiana Ferreira Botelho é natural de Taiobeiras e está em Moc há seis anos, quando veio fazer o ensino médio já pensando no curso que tentaria no vestibular: Medicina.

– É um curso que te exige muito, te absorve bastante, exige dedicação e eu vim pra cá a fim de me preparar - observa.

Geysa se formou na escola em 2002 e desde então vem prestando vestibulares de Medicina em faculdades estaduais e federais. Ela conta que chegou próximo a ser aprovada neste ano na Unimontes, mas que ainda não foi desta vez.

– Surgiu o curso na Funorte, e eu resolvi dar o meu apoio à faculdade que é da nossa região. E eu acho que ela vai contribuir bastante e até colaborar para reduzir o número de candidatos por vaga na Unimontes. A concorrência lá é desleal e isso não existe em mais nenhum lugar do Brasil. Eu queria ficar na minha cidade, mas não queria mais perder tempo, pois estaria adiando a minha vida economicamente ativa - conta.

Ela confere seus créditos à Funorte e diz que, por ser a primeira turma, o investimento vai ser grande, e isso vai dinamizar a região.

Sobre o desejo de cursar Medicina, ela é categórica:

– Eu já nasci com ele. Todo mundo diz que paixão de infância passa. A minha, não. A minha tem crescido. A minha paixão só aumentou. É o que realmente quero e sei que vou chegar lá - afirma.









Gustavo Pimenta de Figueiredo estudou sempre em Montes Claros, mas conta que se sentia ainda despreparado ao se formar no ensino médio, com 16 anos, no fim do ano passado, apesar de relatar ainda ter sido aprovado como treinante em sexto lugar para Odontologia na Unimontes. No último semestre, morou em Belo Horizonte, onde fez curso pré-vestibular. Agora, com a aprovação em Medicina na Funorte, Gustavo agradece essa oportunidade dada pela faculdade de fazer o que gosta em casa, referindo-se às novas vagas abertas pelo curso em Moc.

– Estudei pra caramba, mas Medicina é um curso muito concorrido, e como aqui na cidade as vagas eram reduzidas, eu ia tentar fora, mas agora posso unir o útil ao agradável - afirma o calouro e futuro médico, hoje com 17 anos.









Laura Cristine Tavares Pimenta, 20 anos, estudou até o primeiro ano do ensino médio numa escola pública em Bocaiúva, cidade onde morou, passando para um colégio particular nos demais anos. Após se formar, no final de 2003, tentou vestibular para Medicina na Unimontes e UFMG, mas não foi aprovada. Mudou-se, então, para Moc, para onde veio cursar pré-vestibular a fim de se preparar melhor para conseguir chegar à universidade. Tomou conhecimento, pela TV, do vestibular de Medicina da Funorte e, incentivada pelos pais e ainda mais pela informação de que poderia tentar pelo ProUni e teria à disposição outras formas de financiamento, como o Fies e o da própria Funorte, resolveu tentar, sendo aprovada.









Maíra Nicole Lima Soares, 21 anos, diz que a escolha pelo curso de Medicina aconteceu quando da formatura do ensino médio, incentivada por pessoas próximas e por um desejo que sempre teve de poder ajudar ao próximo através de sua profissão. Sua preparação durou dois anos e meio, quando seu tempo foi todo preenchido pela dedicação, esforço e empenho nos estudos, como ela mesma conta.

– Nunca desisti e nunca me desanimei, mesmo quando o resultado não era o esperado, apesar das dificuldades. Sempre fui atrás de meu sonho. Abri mão do convívio social, de amigos, família, até poder alcançar essa felicidade agora - conta.

Maíra, que chegou a morar em BH, e até tentar vestibular em outros estados, classifica como dupla felicidade poder ser aprovada no curso que escolheu, residindo em sua cidade natal.

– Quando você está se formando em sua cidade, você pode conhecer melhor os problemas da região e, assim, tentar melhorar a qualidade de vida das pessoas. Diferente de quando você estuda fora, pois é mais difícil absorver e ter uma dimensão dos problemas sociais e da saúde de sua cidade, pois você está longe dela - acredita.

Para morar em Moc, entretanto, ela lembra das dificuldades impostas pelo vestibular da Unimontes, devido ao elevado número de candidatos disputando as poucas vagas oferecidas.

– Para ser sincera, eu acho humilhante, pois, desta forma, não conta só o preparo e a dedicação do estudante. É um vestibular muito concorrido e até a questão psicológica afeta nessa hora, pois a pressão externa às vezes é muito grande - diz.









Marco Aurélio Melo Franco, 28 anos, talvez seja um dos mais velhos da futura turma de médicos, mas não o menos esforçado. Ele se formou em 1997 e, por cinco anos, passou por vários cursos pré-vestibulares, sempre tentando o processo seletivo da Unimontes, chegando a ficar próximo da aprovação, que não vinha, até que decidiu prestar o vestibular também em outras cidades e estados. Em 2002, ganhou o reconhecimento, passando para o curso de Fisioterapia em uma faculdade de Moc. Sua obsessão, porém, ainda era Medicina. Neste ano, ao saber do novo curso da Funorte, resolveu mais uma vez tentar seu sonho, e conseguiu alcançá-lo, sendo aprovado em quinto lugar. Estando agora em dois cursos que se dão em turnos integrais, e em distintas faculdades, ele teria que tomar uma decisão, e, para ele, não restou dúvidas do que fazer.

– Larguei a Fisioterapia. Tinha que fazer a matrícula e eu já não fiz. Já busquei meu histórico e me matriculei na Funorte. Agora é correr atrás do sonho – conta, empolgado.









No vestibular, Osmaldo Ramos Junior, 25 anos, buscava por dois cursos muito distintos: Sistemas de Informação e Medicina. Passou para Sistemas numa faculdade de Moc.

– Fiz um período, a partir do segundo, já não gostei muito... e fui desistindo. Vi que não era o curso que realmente pretendia - conta o estudante, dizendo ter descartado esse curso e optado finalmente pelo de Medicina.

Foram três anos e meio tentando o vestibular na Unimontes e na UFMG.

– Mas, infelizmente, a concorrência aqui na Unimontes é muito grande e a Funorte veio suprir essa demanda. Foi difícil, mas consegui.

Osmaldo conta que chegou a passar numa faculdade particular em BH, mas morar em outra cidade foi, para ele, a grande dificuldade, pois seria mais um custo que teria que arcar.

– Morando com os pais, os gastos que vou ter serão somente com a faculdade - afirma.









Yure Prudêncio Ruas Xavier, 21 anos, formou-se em 2001. De lá para cá, sua meta era ser aprovado em Medicina, chegando até a ficar na lista de espera no processo seletivo da Unimontes. Ele conta que sempre visou ser aprovado nas melhores universidades e, entre estas, reconhece a plena expansão da Funorte, para a qual decidiu tentar o recém-criado curso da área de biológicas.

– Já conhecia a Funorte e a qualidade de seu ensino, e agora, mais uma vez, pude observar o investimento da faculdade na elaboração do curso de Medicina, numa forte estrutura montada, incluindo laboratórios, o que creio que irá oferecer ao graduando uma formação de qualidade, e o curso veio suprir uma carência médica que existe na região - diz Yure.

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