Cinéfilos recebem Álvaro Garcia neste sábado, dia 20

Jornal O Norte
18/08/2005 às 17:51.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:50

O projeto Cinema comentado, da secretaria municipal de Cultura, pela primeira vez desde a sua criação, há dois anos, está trazendo a Montes Claros um diretor de cinema para discutir com o público o seu trabalho.

Álvaro Andrade Garcia é diretor do premiado Sertão mineiro, um documentário que fala da vida na região. Álvaro Andrade vem a Montes Claros na companhia da pesquisadora, Luciana Tonelli. Os dois vão estar debatendo o filme na próxima sessão do projeto, que acontece neste sábado, dia 20 de agosto, a partir das 18:00 horas na sala Geraldo Freire, ao lado da câmara municipal. Além do diretor e a pesquisadora, também participam do debate o antropólogo Joba Costa e o jornalista e professor de cinema, Elpídio Rocha.

Para o criador do projeto, o estudante de Sociologia, Fernando Rodrigues esta é uma boa oportunidade para o público de cinema da cidade.

- A gente percebe que existe entre os jovens um impulso de estar entrando em contato com o bom cinema, e este é um bom momento porque pode ser que surjam interessados na produção de curtas metragens - avalia Fernando Rodrigues.

De acordo com o secretário municipal de Cultura, João Rodrigues, a presença em Montes Claros do diretor Álvaro Andrade é uma demonstração que o projeto já é um grande sucesso.

- E é importante que esta vinda aconteça dentro das nossas Festas de Agosto, porque o filme vai estar discutindo justamente a realidade da região. Portanto, é importante a presença do público - analisa João Rodrigues.

SERTÃO MINEIRO

Projeto da produtora Ciclope, viabilizado pela lei federal de incentivo à cultura, com patrocínio da V&M do Brasil é um documentário concebido e dirigido por Álvaro Andrade Garcia. Em linhas gerais, o documentário investiga a situação do sertão mineiro após o processo de industrialização brasileiro.

Para isso, busca um diálogo com o passado, dos tempos mais remotos aos de Guimarães Rosa e daquela época aos dias atuais. A área enfocada inclui cerca de 20 municípios do Noroeste e Norte de Minas, com limites em Paraopeba, Paracatu, Januária e Montes Claros, sendo cortada ao meio pelo rio São Francisco.

O projeto contabilizou 10 mil km rodados na região durante o ano de 2004, após ampla pesquisa bibliográfica e viagens de reconhecimento. As gravações somaram ao todo 50 horas de imagens em vídeo e 1h30 em película, resultando no média-metragem, de 70 minutos de duração. O documentário foi lançado no dia 6 de julho de 2005, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, com exibição do filme e abertura da videoinstalação Sertão: Casa de Imagem. Em 20 de agosto, o documentário será lançado em Montes Claros como parte das Festas de Agosto. Em 28 de setembro, será apresentado no Teatro Phoenix, na cidade francesa de Valenciennes, integrando a agenda do Ano do Brasil na França.

HISTÓRIA

Em forma de road movie, filme de estrada, a produção traça diversas rotas pelo espaço e tempo sertanejos: do ciclo do couro e seus vaqueiros às siderúrgicas e ao agronegócio, da navegação a vapor às estradas de rodagem, das veredas às cidades. Emerge daí o contraponto entre cultura rural e urbana, campo e cidade. O filme divide-se em três grandes eixos: Terra, Homem e Mar, lembrando Euclides da Cunha, e traz várias entrevistas com personagens da região.

Os mais diversos segmentos são contemplados, do fazendeiro ao sem-terra, do vaqueiro ao técnico agrícola, do imigrante ao nativo. Terra enfatiza a paisagem natural: o cerrado e suas veredas. Homem trata da ocupação da região e Mar aborda as mudanças ocorridas a partir da década de 50, especialmente com a construção de Brasília.

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