Quebrando preconceitos: TCCs abordam questões sociais e aproximam graduação da comunidade

Beatriz Davino*
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11/05/2021 às 00:23.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:54
 (fotos Divulgação)

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O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é um dos passos mais importantes na graduação, por isso é considerado pela maioria dos estudantes como um momento de tensão que assusta e causa ansiedade. No entanto, o TCC é uma pesquisa que pode gerar uma devolutiva impactante tanto para o aluno quanto para a sociedade.

Segundo o professor e coordenador do Centro de Pesquisa do Centro Universitário Funorte, Árlen Almeida Duarte de Sousa, o TCC precisa ter esse lado social, pois a função dele é buscar uma solução para o problema encontrado.

“Toda pesquisa científica precisa apresentar uma relevância social, ou seja, ser desenvolvida com o objetivo de investigar e buscar soluções para problemas que acontecem com as pessoas ou no ambiente em que elas vivem”.

Trabalhos que seguem um viés voltado para o social trazem benefícios para o acadêmico, que pode agregar novos conhecimentos ou ter um olhar mais aberto às questões sociais. Foi o caso de Mariana Isabel Santos Silva, jornalista e assessora que, em 2019, desenvolveu, em dupla com a colega Camila Miranda, uma pesquisa intitulada “A influência do Coletivo Juventude de Terreiros na imagem do Candomblé e Umbanda em Montes Claros”.

“Eu sabia que queria falar sobre comunicação e ia ligar isso a eventos. Porém, quando chegou o dia da pré-banca, os professores me alertaram que o tema não tinha nenhum impacto social e era muito óbvio. Então, uma das minhas professoras falou sobre o Coletivo Juventude de Terreiro. Pesquisamos mais sobre o tema, fomos conhecer a entidade e decidimos fazer o trabalho com eles por ser inovador e desafiador”.

De acordo com a assessora, a graduação em Jornalismo teve um peso fundamental na escolha e desenvolvimento do tema, pois ela pôde quebrar vários preconceitos e ideias que tinha antes. Essa mudança de pensamento é comum em discentes que fazem trabalhos como o de Mariana Isabel.

“Os estudantes que investigam os problemas da comunidade e se empenham para buscar soluções para essas questões tendem a ver o mundo de forma diferente, se tornam mais críticos e formulam questionamentos mais relevantes para a sociedade”, afirma o coordenador do Centro de Pesquisa, Árlen Duarte.
 
REFLEXÃO
Mariana conta que não havia parado para refletir sobre toda história e sofrimento do povo do terreiro, o que foi possível com a realização da pesquisa. “O TCC me fez ter empatia pelas pessoas do meu projeto. Não só por elas, mas por todas as outras minorias, porque uma das coisas belíssimas que essas religiões têm é o fato de acolherem as pessoas, independentemente de raça ou gênero”, afirma.

Além de produzir um documentário, a dupla de pesquisadoras organizou um evento no Parque Municipal Milton Prates, em Montes Claros. “O trabalho que as meninas desempenharam foi de grande relevância para o nosso movimento, pois apresentou a religião de matriz africana de uma forma lúdica para a sociedade, o que traz visibilidade para o nosso projeto”, afirma Manuela Braga de Jesus, assessora parlamentar e coordenadora geral do Coletivo Juventude de Terreiro.

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