Professora do Indyu faz da arte alento contra dor

Docente também na Funorte, Alessandra Almeida mergulhou nas linhas e tramas do crochê no início da pandemia e hoje vende várias criações

Leonardo Queiroz
O NORTE
02/06/2021 às 00:16.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:04
 (Divulgação)

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Apaixonada pela profissão, a professora Alessandra Almeida vê o ofício como forma de semear um futuro melhor por meio da educação. Logo no início da pandemia, o comprometimento da saúde da mãe despertou nela um novo e intenso amor: o artesanato. Mais especificamente, o crochê. Entre linhas, agulhas e pontos, a professora de Filosofia, Hermenêutica jurídica e Antropologia no Indyu e Centro Universitário Funorte foi dando novos contornos e significados a um talento que já era parte da memória familiar.

Após perder a mãe, Alessandra uniu-se à filha num curso com a professora Gislane Bernardes. E logo descobriu como resgatar lembranças das peças que a matriarca fazia, homenageando-a também. Fineza e delicadeza na hora de lidar com o luto. 

Da primeira empreitada nasceu um cachepô. Depois, um tapete. Daí para a confecção de bolsas em crochê que viraram motivo de orgulho e renda extra. 

“Minha primeira ideia era uma bolsa de mão em tamanho menor, mas como gosto de bolsa grande, onde caiba muita coisa, resolvi fazer maior. Após terminar minha primeira bolsa resolvi usá-la para sair. Uma amiga pediu uma e surgiu minha primeira encomenda. A partir desse momento surgiram várias”, celebra. 
 
REDESCOBERTA 
Dividindo o tempo entre lecionar – hoje de forma remota, por conta do isolamento social – e confeccionar as belas peças, Alessandra encontrou na arte um alento para os dias difíceis. Com o aumento das encomendas, foi necessário diversificar as criações para atender a demanda. 

“Mesmo com o sucesso de encomendas não penso no momento em montar uma loja, mas tenho certeza de que vou continuar confeccionando peças em crochê”, diz a professora e artesã. 

“Amo lecionar, amo cada aula de uma forma única e mesmo o crochê sendo uma segunda fonte de renda enxergo nele uma terapia, em que sento e esqueço da vida. Meu tempo para crochetar é nos fins de semana porque consigo me dedicar de uma forma maior. E dependendo do nível de estresse durante a semana, aproveito cada minuto de intervalo para tecer alguma coisa porque me ajuda e me traz equilíbrio”, diz.

Para a docente, a descoberta no artesanato foi uma luz. “Foi alento para lidar com a perda da minha mãe e para superar as dificuldades que começaram a surgir como o isolamento social e questionamentos sobre diversas coisas. Descobri em mim uma habilidade que eu desconhecia e quando estou colocando em prática essa habilidade procuro estar sintonizada com uma boa energia para que em cada peça ao ser recebida tenha amor e alegria”.
 
DOCÊNCIA
A Filosofia surgiu na vida de Alessandra Almeida quando ela ainda era menina e já questionava a vida, o mundo e as coisas. Depois de pensar no que realmente queria, sentiu a necessidade de um curso superior e viu na paixão pelo conhecimento e questionamentos de grandes filósofos as respostas que buscava. 

“Fiz a faculdade de Filosofia, continuei com minhas aulas de alfabetização. Em 2009, tive a oportunidade de ingressar na docência do ensino médio no colégio Indyu e também na Funorte. Estou até hoje nessa caminhada com muita alegria, amor e dedicação aos meus alunos. Entendo que a Filosofia e a arte têm tudo a ver”, relembra.

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