O prazo para que micro e pequenas empresas possam renegociar suas dívidas bancárias pelo Desenrola Pequenos Negócios termina em 31 de dezembro. Parte do Programa Acredita, iniciativa do governo federal, o projeto atende microempreendedores individuais (MEI), além de micro e pequenas empresas. Segundo o Ministério da Fazenda, já foram realizadas mais de 95 mil renegociações, somando cerca de R$ 6 bilhões em dívidas ajustadas. O programa oferece condições especiais de financiamento com incentivos tributários, proporcionando descontos que variam de 20% a 95% sobre o valor das pendências.
De acordo com Valdir Oliveira, gerente de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae, a renegociação é crucial, pois a pandemia deixou um legado de endividamento, afetando 6,5 milhões de CNPJs. “Essas pendências precisam ser resolvidas para as empresas poderem acessar novos créditos e manter suas operações”, explicou.
Carlos Mendonça, proprietário de uma pequena loja de artigos esportivos em Montes Claros, relatou que, durante a pandemia, precisou recorrer a empréstimos para manter as portas abertas. “Isso afetou significativamente o fluxo de caixa, já que boa parte da receita era destinada aos pagamentos, restando pouco para investir ou renovar o estoque”, explicou. Para ele, o programa Desenrola Pequenos Negócios surge como uma solução viável. “A possibilidade de negociar com desconto traz alívio e, dependendo do desconto, consigo quitar tudo de uma vez e voltar a focar no crescimento do negócio.”
Glenn Andrade, presidente do Sindicomércio, considera a iniciativa uma oportunidade crucial para a recuperação da credibilidade dos pequenos negócios. Segundo ele, o programa permite que as empresas recuperem sua condição de crédito e garantam a continuidade das atividades. “É uma iniciativa importante do governo federal para manter o empreendedorismo com força e motivação, ajudando as empresas a crescerem com o país”, afirmou.
A renegociação de dívidas é vista como uma chance de retomar a estabilidade financeira. “Empresas que estavam à beira da insolvência devido à falta de crédito podem regularizar sua situação e voltar à normalidade no mercado”, explicou Andrade.
Rodney Andrade, contador, destacou que os descontos permitem às empresas renegociarem suas dívidas com condições favoráveis, possibilitando a regularização fiscal e financeira. “Isso ajuda as empresas a se manterem operantes, honrar compromissos e retomar suas atividades no mercado”, disse.
Aliado ao Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (FAMPE), o programa pode ser determinante para impulsionar o acesso ao crédito e aumentar a competitividade dos pequenos negócios nos próximos anos. Rodney também alertou para práticas fundamentais que os pequenos empresários devem adotar, como a separação das despesas pessoais das empresariais e o pagamento pontual dos tributos. “Erros simples, como atrasar o pagamento de uma taxa ou misturar contas pessoais e empresariais, podem gerar complicações financeiras a longo prazo”, concluiu.
*Com informações da Agência Sebrae de Notícias