Economia

Superar o preconceito para empreender bem

Desigualdades de raça e gênero são temas de evento que vai até o próximo domingo em MOC

Da Redação
Publicado em 14/11/2022 às 21:35.
Fabiana Dias, dona de um salão de beleza em Montes Claros: “Nunca me vitimizei ou deixei de acreditar no meu potencial pelo fato de eu ser negra” (ARQUIVO PESSOAL)

Fabiana Dias, dona de um salão de beleza em Montes Claros: “Nunca me vitimizei ou deixei de acreditar no meu potencial pelo fato de eu ser negra” (ARQUIVO PESSOAL)

Mais da metade das empreendedoras mineiras (52%) já sofreram algum tipo de preconceito pelo fato de ser mulher. Constrangimento que foi relatado por 54% das mulheres brancas e 49% das negras, de acordo com levantamento feito no final de 2021 com duas mil pessoas em Minas.

Diante destes desafios, a 15ª edição da Semana Global de Empreendedorismo (SGE) vai tratar de questões ligadas às desigualdades de gênero e raça entre os empreendedores. Neste ano, o movimento global acontece oficialmente em 200 países entre os dias 14 e 20 de novembro.

A programação completa e as ações que acontecem no Norte de Minas está disponível no site empreendedorismo.org.br. São mais de 100 capacitações gratuitas e pagas, entre elas, oficinas, painéis, cursos, mentorias, consultorias e outras ações. 

Criada na Inglaterra em 2007, a SGE pretende estimular o empreendedorismo como motor para o desenvolvimento econômico social, e que busca promover melhorias no ambiente empreendedor, além de conectar, capacitar e inspirar o público para que eles transformem ideias em iniciativas de sucesso.

Nos últimos quatro anos, a SGE mobilizou no Brasil mais de 3,5 milhão de pessoas, com cerca de 35 mil atividades.

Negritude como estímulo

Se para algumas, o fato de ser mulher negra é um obstáculo ao empreendedorismo, para Fabiana Cardoso Dias, dona de um estabelecimento que leva o seu nome, em Montes Claros, é um estímulo. O penteado black power já demonstra que ela valoriza a negritude.

Fabiana conta que, desde criança, sonhava em ter seu próprio negócio. Depois de trabalhar como empregada doméstica, aos 16 anos ingressou no setor da beleza como assistente e, depois, passou a atuar como cabeleireira em um salão renomado.

Após sete anos, trocou de salão. A proprietária precisou fechar o estabelecimento e deu prioridade de compra à Fabiana, que aceitou. No início, eram três colaboradoras. Hoje, são nove pessoas trabalhando no estúdio de beleza.

Fabiana integra o Programa Central de Empresários da Beleza, iniciativa que tem o apoio do Sebrae Minas e conta com 11 salões que atuam de forma cooperativa. Além de dividir o tempo entre o atendimento e a gestão, ela se dedica a transmitir o que sabe. No dia 22 de novembro, em comemoração ao Dia da Consciência Negra (celebrado no dia 20), ela vai participar de uma ação em uma escola pública de Montes Claros para ensinar as alunas a cuidarem dos cabelos crespos, e dar dicas sobre como adotar um estilo próprio.

“Nunca me vitimizei ou deixei de acreditar no meu potencial pelo fato de eu ser negra, e ter vindo de uma família muito humilde. Sempre trabalhei, tive foco e determinação para conquistar meu espaço”, ressalta a empreendedora.

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