Conforme o Boletim Informativo do Mercado de Trabalho Formal de Montes Claros, elaborado pela Unimontes, a cidade começou 2025 com um saldo positivo de 40 empregos em janeiro. Isso se deve a 4.270 contratações e 4.230 demissões, elevando o total de empregos formais para 96.969.
O destaque foi o setor industrial, que gerou 155 empregos líquidos, seguido pelo setor de Serviços, com um saldo de 67 novas vagas. A Agropecuária teve um leve crescimento de nove postos, enquanto a Construção registrou um pequeno decréscimo de seis empregos.
O Comércio, por sua vez, apresentou a maior redução, com um saldo negativo de 185 empregos, possivelmente ajustando-se após as contratações temporárias do final de 2024.
Apesar dessa queda no Comércio, o início do ano mostra-se promissor para o mercado de trabalho de Montes Claros, impulsionado principalmente pelos setores Industrial e de Serviços.
Fernando Queiroz, gerente do Sindicato do Comércio (SindComércio) de Montes Claros, explica que essa movimentação já era esperada. “Esse movimento já era previsto. Após as contratações temporárias do fim do ano, as empresas fazem uma seleção baseada na produtividade dos funcionários. O Natal funciona como um grande teste para o comércio, e logo depois ocorre essa filtragem. No entanto, esse efeito negativo observado agora é um processo natural de ajustes”.
Por outro lado, o setor de Serviços registrou saldo positivo na geração de empregos, impulsionado pelo crescimento da atividade logística. “O setor de distribuição tem se expandido bastante. Muitos e-commerces estão ampliando seus centros de distribuição na cidade, e outros estão se instalando aqui. Isso tem um impacto significativo na criação de empregos”, afirma Queiroz.
Para os próximos meses, o SindComércio mantém uma perspectiva otimista, principalmente devido às datas comemorativas e novos investimentos industriais na cidade. “As datas comemorativas sempre impactam o comércio. Já temos estatísticas que indicam uma perspectiva de contratações para a Páscoa, especialmente na produção de alimentos e chocolates. Além disso, novas indústrias estão sendo inauguradas, como uma voltada para insumos de combustíveis de aviação. Esses investimentos acabam refletindo no comércio local, aumentando a demanda e impulsionando novas contratações”.
Queiroz também destaca que Montes Claros tem atraído investidores devido ao cenário favorável da cidade. “Diferente de outras regiões do Brasil, aqui temos um ponto positivo: os investidores estão apostando na cidade. Algumas indústrias já iniciaram produção, outras estão estruturando suas operações, e há empresas dobrando suas plantas industriais. Isso fortalece o mercado e cria um ambiente favorável para novas oportunidades de trabalho”.
OTIMISMO
O presidente da FIEMG Regional Norte, Adauto Marques Batista, reforça que a cidade está passando por um período de transformação. “Nossa região está vivendo o que chamamos de segunda revolução industrial do Norte de Minas, com a chegada de grandes empresas e o fortalecimento do nosso polo farmacêutico. Isso impulsiona o crescimento e a geração de empregos. Algumas empresas ainda estão em construção, outras já entraram em operação, além da expansão de indústrias já consolidadas no setor”.
Apesar do otimismo, a indústria local enfrenta desafios para continuar expandindo. “Embora estejamos falando da nossa região, o Brasil vive um momento de incertezas. As empresas trabalham com planejamento, e com taxas de juros tão altas e uma inflação que impacta o consumo, o setor industrial precisa se adaptar. Se o consumidor não compra, a indústria reduz seu ritmo. Esse é o grande desafio, que é tanto econômico quanto político”, pontua Batista.
Mesmo assim, a expectativa para 2025 segue positiva. “Nossa região tem uma curva diferenciada em relação ao restante do país. Estamos na área da Sudene, e há um forte estímulo ao investimento industrial. A FIEMG tem fortalecido as indústrias locais e incentivado a chegada de novas empresas. No Polo Farmacêutico do Norte de Minas, por exemplo, há um investimento projetado de cifras bilionárias nos próximos anos que vão gerar 2000 postos de trabalhos diretos. Esses investimentos devem fortalecer a economia de Montes Claros, gerar mais empregos e ampliar a qualificação profissional na região”, conclui Batista.