Conforme Codevasf, localidade produz de 900 a 1.200 toneladas do produto por ano
(Codevasf/Divulgação)
No mês em que é comemorado o Dia do Apicultor, o Governo do Estado aponta que a atividade está em expansão em toda Minas Gerais, com destaque nas regiões do Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha.
O servidor público Adeilton Alves Cardoso, que considera sua atividade como apicultor mais como um passatempo, calcula que a sua produção fica na faixa de 500 kg de mel por ano. Ele conta que no Norte de Minas, o período de boas floradas ocorre duas vezes ao ano. “É quando as abelhas estocam o máximo de mel que elas conseguem, com o objetivo de passar pelo período de escassez”, diz o produtor, que tem três apiários e cerca de 50 colmeias.
No caso de Adeilton, o mel é vendido preferencialmente direto ao consumidor, para ter melhor renda, mas ele comercializa também no atacado, para cooperativa ou para empresas que usam o mel em suas produções de alimentos. “A apicultura é uma atividade que pode trazer renda extra, pode ser conciliada com outras atividades sem prejuízo de tempo, e ainda ajuda na preservação ambiental porque o apicultor é, naturalmente, uma pessoa que investe e incentiva a manutenção das áreas de reservas. Quando se aprende sobre as abelhas, a apicultura se torna apaixonante, pois descobrimos o quão organizados e inteligentes são esses insetos. A partir daí todo o trabalho do apicultor é para a preservação das abelhas e do meio ambiente”, declara.
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) é uma das principais apoiadoras da atividade apícola na região há mais de 18 anos. De acordo com Alex Demier, chefe da Unidade de Desenvolvimento Territorial da Codevasf, o órgão já investiu ao longo desse tempo em torno de R$ 20 milhões no fomento da atividade. O apoio vem por meio de materiais e equipamentos, como colmeia e centrífuga, na construção de unidades de beneficiamento de mel, entrepostos e na parte de capacitação e incentivo à organização. “Promovemos missões técnicas com apicultores, levando-os para outras regiões, para que eles conheçam outras realidades. Eles participam de congressos e seminários e anualmente organizamos o seminário de Apicultura no Norte de Minas, que está na vigésima edição. É um trabalho bem consolidado e que tem dado muitos frutos”, explica Alex.
A produção estimada na região Norte de Minas, segundo a Codevasf, é em torno de 900 a 1.200 toneladas por ano, em uma média de 900 a 1.100 apicultores. Entre as cidades que têm maior produção estão Bocaiuva, Januária, Porteirinha, Buritizeiro e a região de Mato Verde, na Serra Geral. “Quando nós começamos, eram poucos municípios, umas duas ou três associações, hoje nós temos mais de 30 associações de apicultores produzindo bastante mel”, revela o representante da Codevasf. A restrição hídrica da região não afeta a produção, especialmente pela diversidade da flora, o que, segundo Alex, resulta na produção de mel de tipos distintos, como o de aroeira, pequi e outros. “A produção da região e a qualidade são atestadas pelos mercados nacional e internacional”, sinaliza.