O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), Márcio França (PSB), anunciou a possibilidade de lançamento do programa “Desenrola” no primeiro trimestre de 2024, oferecendo uma potencial solução para as dívidas enfrentadas pelas Microempreendedoras Individuais (MEIs). França afirmou que, no caso das MEIs, a inadimplência atinge 44% dentro do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Ainda conforme suas declarações, sete milhões de MEIs têm dívidas com o governo, e a iniciativa visa fornecer um suporte financeiro essencial para esse setor.

A expectativa é de um impulso significativo na recuperação de crédito das empresas em 2024, impulsionado pelo lançamento do programa “Desenrola Brasil”, destinado a empresas endividadas, e pela estabilidade nos índices de inadimplência.

Isso é muito bom para a loja do comerciante M.F.S, que mal pode esperar para quitar suas dívidas — “Tudo muito difícil, principalmente quando se tem uma pequena empresa, como uma loja de roupa e tem que concorrer com as grandes e com as vendas pela internet. Eu não devo, porque quero, devo, porque é muito difícil pra gente ficar de pé e pagar as contas ao mesmo tempo. Essa ajuda do governo, se acontecer, vai ser muito bom”, diz o comerciante com altas expectativas. 

AUXÍLIO 
Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Montes Claros, Ernades Ferreira, esse programa ajudará a diminuir o número de comércios inadimplentes na cidade. “O lançamento do ‘Desenrola’ para as empresas, traz um folego de caixa para as empresas poderem respirar e colocar seus pagamentos em dia, uma vez que final e início de ano elas têm sobre carga de pagamentos”, acredita.

Além do “Desenrola”, o ministro do MEMP propôs estender o prazo para adesão ao Simples Nacional até abril ou maio. “O adiamento da adesão ao ‘Simples Nacional’ faz com que as empresas inadimplentes tenham mais um prazo para regularizar sua situação, trazendo sobrevida para elas”, ressalta Ferreira. 

Segundo o economista, Diogo Albuquerque, o programa já está sendo bastante eficiente na renegociação das dívidas das famílias, “mas, para as empresas, pode ser que tem um resultado ainda melhor, já que grande parte das famílias hoje possui uma empresa, uma microempresa, uma empresa de pequeno porte, que serão as principais beneficiadas pelo programa”, comenta. 

“Com a renegociação e o governo atuando como avalista, as taxas de juros podem diminuir, aliviando as dívidas das famílias e das pequenas empresas. Isso, por sua vez, pode incentivar o crescimento econômico, especialmente para os microempresários, que representam uma parcela significativa da economia brasileira já que a maioria das empresas do Brasil são microempresas, então vai beneficiar a economia de forma geral”, finaliza o economista.

Compartilhar