Receita de sucesso

Produtores de queijo e requeijão são premiados em Santa Catarina

Da Redação
Publicado em 14/07/2023 às 19:00.
Maria da Saúde e o neto na queijaria, em Porteirinha (SENAR/Divulgação)

Maria da Saúde e o neto na queijaria, em Porteirinha (SENAR/Divulgação)

Três produtores do Norte de Minas, assistidos pelos programas especiais e capacitações do Sistema Faemg Senar, alcançaram as primeiras posições na sexta edição do Prêmio Queijo Brasil, realizado em Santa Catarina. Everson Pereira, do Requeijão do Toko, foi medalhista de ouro na sua categoria; Maria da Saúde Oliveira, da Queijaria Dona Saúde, ficou com a prata na categoria mussarela tipo palito; e Eduarda Barbosa Santos, da Queijaria da Dinda, ficou com o bronze na categoria mussarela nozinho.

Os três são produtores da cidade de Porteirinha e passaram ou ainda estão em turmas do programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG Bovinocultura de leite e Agroindústria, além de terem no currículo diversas capacitações para produção de derivados e boas práticas de fabricação.
 
REQUEIJÃO PREMIADO
Com produção de requeijão tipo moreno, Everson Pereira tem colecionado conquistas nos últimos anos em concursos por todo o país. Ele é, por exemplo, bicampeão do Concurso Internacional do Queijo de Araxá, a ExpoQueijo. A receita do sucesso está na fabricação artesanal, feita por ele e a esposa, que garante ao produto sabor específico. São produzidos cerca de 700 kg por mês do requeijão, que é comercializado em diversos estados.

Para o produtor, que está no grupo ATeG Agroindústria, os reconhecimentos demonstram a qualidade do trabalho, que é pautado pela qualidade. “A gente precisa ter uma base benfeita, com matéria prima de qualidade. Isso porque o difícil do produto artesanal é manter o padrão. Estamos conseguindo manter essa regularidade, inovando e sempre buscando novos conhecimentos, inclusive por meio do ATeG. Isso vai se somando à produção, com foco na qualidade”, afirmou Everson Pereira.

A instrutora da Faemg Luciana Godinho acompanha a trajetória dos premiados há muitos anos e celebra o reconhecimento alcançado pelos produtores. Para ela, o trabalho conjunto, aliando a experiência dos produtores aos novos conhecimentos e práticas, tem sido importante. “O principal fator que eu vejo é que os três trabalham com a produção familiar. Eles fazendo todo o processo ajuda na constância da qualidade dos produtos. Em segundo, todos eles são regularizados com o serviço de inspeção municipal e desenvolvem as boas práticas de fabricação, o que proporciona um produto de grande qualidade”, avaliou Luciana.
 
QUALIDADE E SUCESSÃO
Com mais de 40 anos de experiência na produção de queijos, Maria da Saúde é uma das produtoras mais tradicionais do Norte de Minas. Ela começou vendendo as peças do produto no mercado municipal de Porteirinha e logo ganhou o país, tanto que hoje a linha de produção funciona por meio de encomendas, devido à alta procura. Desde 2011 ela tem feito capacitações do Sistema Faemg Senar, além de ter passado por grupos de ATeG.

“Sempre falo que nunca a gente sabe tudo, precisamos buscar novos conhecimentos, sempre. As capacitações ajudaram muito. Para além do conhecimento na profissão, fiz muitas amizades boas, pessoas que estão ao meu lado, me ajudam”, lembrou. A produção, que usa leite de rebanho próprio, totaliza em média 30 kg de queijo por mês. Da queijaria saem queijos tipo palito, trança, nozinho e temperado. 

A qualidade produtiva que Saúde atingiu garantiu também o reconhecimento do Sistema Faemg Senar. A queijaria foi avaliada com nota 95, na 1ª Avaliação técnica de queijos de produtores do ATeG Agroindústria, realizada em junho. “Essa prova técnica ajudou os produtores a conhecerem melhor seus produtos. Saúde foi avaliada com nota máxima em vários quesitos, como sabor e consistência. É mais uma forma de atestar a qualidade que já é esperada, confirmando este trabalho de excelência”, pontuou a instrutora Luciana Godinho.

O próximo passo de Maria da Saúde, hoje com 69 anos, é manter o legado de qualidade produtiva de queijos na família. Ela tem ensinado ao neto, Lucas Silva Carvalho, de 18 anos, a receita e o dia a dia na queijaria. “A profissão é importante. Criei meus filhos com isso, e agora tenho ensinado meu neto, que já vê a possibilidade de aumentar a produção. É um novo incentivo, que se alia ao trabalho reconhecido nos concursos. Tudo isso é prazeroso e me faz querer buscar mais conhecimentos para seguir crescendo”, finalizou Maria da Saúde.

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