Cerca de 90 participantes se reuniram, durante a Expomontes, com o foco de discutir práticas e pesquisas que ajudam a tornar a produção mais eficiente, sustentável e compatível com as condições da região semiárida. O encontro, promovido pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros, contou com apresentações de pesquisadores de instituições parceiras que desenvolvem estudos voltados para pastagens e forragicultura no norte de Minas.
Alenilda Carvalho de Novais, supervisora do Projeto Forrageiras para o Semiárido, apresentou os dados da pesquisa, com recortes voltados à alimentação de gado de leite e de corte. “Nesta fase, a pesquisa traz para pecuária de leite e corte a temática de pecuária sustentável através de sistemas produtivos, onde é possível combinar espécies forrageiras resistentes e resilientes as condições de pastejo em regime de sequeiro para regiões semiáridas, onde o desafio é produzir carne e leite, otimizando os recursos da propriedade de maneira a tornar a atividade mais rentável e segura” esclarece.
O presidente do Sindicato, Alexandre Rocha, destacou que “o Semiárido tem seus limites, mas também um enorme potencial. A pesquisa é a ponte entre a realidade do campo e o avanço que o produtor precisa. Trazer esse conhecimento pra perto é o que vai garantir competitividade com responsabilidade”.
No encontro, professores e pesquisadores apresentaram estudos para otimizar a pecuária no Norte de Minas: Edson Porto (Unimontes) sobre pastagens no semiárido, Leidy Rufino (Epamig Norte) em forragicultura e Thiago Braz (UFMG) focando em experimentos de pastagens.
A responsável técnica pela Unidade de Referência Tecnológica (URT) de Montes Claros, Inez Silva, reforçou a importância e a trajetória do projeto Forrageiras para o Semiárido. “A gente começou esse trabalho em 2017, primeiro avaliando quais seriam as forrageiras que se adaptavam melhor se adaptariam ao nosso clima e solo. Depois, passamos a estudar o desempenho dessas espécies mais adaptadas em condições reais de pastejo, cujos resultados estão sendo divulgados de forma preliminar e com expectativa de finalização em maio de 2026. É um projeto de longo prazo, mas que vem gerando respostas práticas para o dia a dia do produtor”.
O projeto Forrageiras para o Semiárido, do Instituto CNA em parceria com a Embrapa e outras instituições, visa identificar e validar forrageiras eficientes para o clima semiárido, oferecendo alternativas viáveis para alimentação do gado. Testes são realizados em Unidades de Referência Tecnológica nas propriedades rurais, com monitoramento técnico constante.
Segundo a assessora técnica do Instituto CNA, Marina Zimmermann, “a segunda fase do projeto Forrageiras com a Embrapa encontra-se em fase final de execução e de transferência de conhecimento aos produtores rurais. Uma nova fase está sendo desenhada para incluir inovações nos capins e na palma forrageira”.