Economia

Preparem o bolso

Associação de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares informa que materiais escolares estão entre 20 e 30% mais caros

Larissa Durães
Publicado em 26/01/2023 às 22:29.
Assim como as canetas que tem 49% de imposto, a borracha e apontadores de lápis com 43,19%, cada. (LARISSA BARROS ROCHA)

Assim como as canetas que tem 49% de imposto, a borracha e apontadores de lápis com 43,19%, cada. (LARISSA BARROS ROCHA)

O ano começa com uma notícia nada boa para os pais: segundo as Associação de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) os preços dos materiais escolares estão entre 20 e 30% mais altos .

Custo que vem subindo desde o ano passado: os produtos de papelaria aumentaram mais de 11% nos últimos 12 meses. O principal vilão nessa alta foi o caderno. E quanto mais colorido e cheio de personagens de desenhos animados, mais caro ele costuma ser. 

Diante desse cenário, a gerente da papelaria Xodó, em Montes Claros, Larissa Barros Rocha Rodrigues, informa que considerando os valores praticados em 2022, houve um aumento percentual do fornecedor para o lojista de aproximadamente 30% no preço de custo. 

“Para não afetar o consumidor final, temos que diminuir consideravelmente o percentual de lucro da loja”, informa. 

Larissa diz que cada material tem a sua porcentagem diferente por causa da acessibilidade por público. 

O estoque é um pilar muito importante quando se trata de uma papelaria, “pois, dispomos de uma vasta variedade de itens, por isso se preparar, com antecedência é de suma importância”, explica Larissa. Em razão disto, Larissa diz que a busca de fornecedores para compor o estoque começou aproximadamente 2 a 3 meses de antecedência, “esse prazo se deve ao importante dever em atender não só o município de Montes Claros como também regiões vizinhas”, conta.

Conforme a ABFIAE, vários fatores influenciam nessa alta dos preços, que acontece em todo o território nacional, entre eles a própria inflação, assim como o dólar alto, já que a maioria dos produtos do setor é importada.

Em uma pesquisa do site Mercado Mineiro, ainda no ano passado, os materiais escolares já tinham subido bastante de preço. A caixa de lápis de cor, por exemplo, subiu 61%, enquanto o caderno universitário ficou (41,5%) mais caro, para ficar só nesses exemplos.

Além da alta dos preços, tem ainda o problema que poucas pessoas percebem que é alta taxa de impostos embutidos nos produtos.Como no caso de objetos que possuem baixo valor, como no caso da régua de plástico, mas que trazem embutido, tributos que podem chegar a 50% do valor registrado nas etiquetas.  

Assim como as canetas que tem 49% de imposto, a borracha e apontadores de lápis com 43,19%, cada. 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), a média de impostos aplicados sobre os produtos mais indicados nas listas chega a 39,7%, sem contar outras taxas estaduais e municipais que podem ser cobradas dos estabelecimentos comerciais.
 
PREOCUPAÇÃO 
Mãe de um aluno de 10 anos, Juliana Andrade, diz que ainda não comprou o material do filho, mas que agora, com a chegada das aulas se aproximando, pretende providenciar. “Agora com a chegada das aulas, a gente começa a se preocupar”, diz.  

Juliana, explica que nunca tinha pensado a respeito dos impostos embutidos nos valores do material, que agora, pensando melhor, acha um absurdo. “Não sabia. Nunca soube disso. Acho um absurdo, porque a gente já paga muito imposto para o governo. A gente sabe que tem impostos nas coisas, mas no material escolar não deveria ter, ou se fosse possível, ter, mais baixo, menos abusivo. Porque não é algo supérfluo, é essencial para o aluno. Somos obrigados a comprar para que nossos filhos possam seguir estudando. É um absurdo”, exclama a mãe. 

Para achar material mais em conta, e tentar economizar, Juliana pretende conversar com as mães do grupo de WhatsApp, da escola. 

“Hoje em dia, a gente não sai por aí, em papelaria e papelaria procurando o melhor preço, a gente conversa com as mães dos grupos e tem sempre uma que diz onde achar o material mais em conta, onde a gente pode economizar”, informa. 

Larissa diz que houve uma alta procura por kits mais completos de materiais, tais como bolsas, lápis de colorir, canetas com cores diferentes do convencional, como também a alta demanda por cadernos com estampas atualizadas, folhas e adesivos de alta qualidade.  

“Um fator que também nos chamou atenção e que acreditamos ter influenciado nessa nova precificação de 2023, foi que as escolas estão cada vez mais exigentes quanto a quantidade, tipo, marca e cor dos materiais exigidos”, explica a gerente. 

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