economia

Preços sobem e ‘salgam’ ceia em Montes Claros

Ceia de Natal tem reajuste acima da inflação, desafiando consumidores da cidade

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 16/12/2024 às 19:00.Atualizado em 16/12/2024 às 20:36.
 (Larissa Durães)
(Larissa Durães)

Os preços dos produtos da cesta natalina em Montes Claros tiveram aumentos generalizados em 2024, superando a inflação oficial de 4,77% acumulada até novembro, conforme pesquisa do Setor de Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Unimontes. Nenhum dos 22 itens monitorados desde 2019 apresentou queda em relação a 2023, conforme o relatório. O azeite liderou os reajustes, com alta de 38,63%, seguido pelo lombo de porco (23,7%), enquanto itens como cidra (4,70%), panetones (6,20%) e frutas in natura (7,30%) registraram variações menores.

Os motivos dos aumentos, segundo a economista Vânia Vila Lobos, refletem uma combinação de fatores, como a condição climática. “Fenômenos como o El Niño e suas consequências, como secas e queimadas, impactaram diversas cadeias produtivas, incluindo a safra de azeitonas na Europa, importante região produtora de azeite”. 

“Apesar da alta, os supermercadistas comemoram o crescimento das vendas”, diz a economista. Para ela, o período festivo, aliado à entrada do 13º salário, impulsiona o consumo nos lares montes-clarenses, mostrando que as confraternizações e encontros familiares permanecem uma prioridade, apesar dos preços elevados. “O que significa que a empregabilidade sustentou o crescimento do consumo, que acumulou alta de 2,67% até outubro de 2024, com projeção de chegar a 3,10% em dezembro”, esclarece Vilas Bôas. 

Entretanto, para a confeiteira Solanje Mendes, neste ano o prejuízo será de 5% em comparação ao ano passado. “Porque quando os preços sobem nas prateleiras, não tem como a gente não repassar para o cliente, porque os supermercados não dão descontos para a gente. Então, alguns clientes deixam de comprar os nossos produtos devido a este aumento”. Lamenta. 

Segundo ela, o açúcar, o óleo e o chocolate foram os que mais impactaram nos preços finais dos seus produtos. “Estão muito caros e eu não posso trocar por produtos com qualidades inferiores, porque posso até vender 100 hoje, mas aí no próximo ano, voltam somente 25 exatamente pela baixa qualidade deste ano. Então, é complicado, preciso comprar os produtos de qualidade que costumo comprar, mas estão absurdamente mais caros e o cliente está percebendo isto no repasse que estou fazendo para eles”, explica.  
 
DICAS PARA ECONOMIZAR NA CEIA
Diante do aumento dos preços, Vânia dá dicas de como o consumidor pode adotar estratégias para economizar e manter a tradição natalina. “Ele tem que ter planejamento. Tem que definir um orçamento e priorizar os itens essenciais”. Outro quesito importante para ela seria a pesquisa de preços. “Compare valores em diferentes estabelecimentos e aproveite promoções”. Por fim, a economista aconselha fazer substituições inteligentes. “Troque frutas secas e castanhas por frutas da estação, que, embora mais caras, ainda são opções mais econômicas. E para o peru, o frango pode ser uma alternativa saborosa e acessível”.

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