
Uma pesquisa da Confederação Nacional de Serviços (CNS), com dados relativos ao mês de maio de 2025, mostrou que 57% dos empregos formais no Brasil estão no setor de serviços, resultando em mais de 31 milhões dos 55,6 milhões de postos de trabalho formais.
O professor de economia Roney Sindeaux, coordenador do Observatório do Trabalho na Unimontes, explica que, conforme os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2023, no Norte de Minas, o setor público representa 23,97% do total de empregos formais, enquanto outras atividades do setor de serviços respondem por 29,01%. No total, o setor de serviços possui 52,98% dos vínculos formais na região. Quando se trata de Montes Claros, 55,15% dos empregos com carteira assinada estão no setor de serviços, incluindo a Administração Pública, que representa 9,89% do total. “Portanto, no município, a Administração Pública tem menor peso e as outras atividades do setor de serviços respondem por 45,26% dos empregos formais. Assim, o setor de serviços, como no Brasil, tem forte presença e importância na geração de empregos formais, representando mais da metade de todos os vínculos existentes”, avalia o professor.
Roney destaca que a maioria desses empregos é ocupada por jovens de 18 a 24 anos, com ensino médio completo ou cursando ensino superior. Especificamente em Montes Claros, conforme o professor, o principal subsetor empregador é o de teleatendimento, que segue crescendo e é o maior ofertante de vagas para jovens na cidade, tendo papel importante como primeiro emprego para essas pessoas. Por outro lado, analisa, “a alta participação do setor de Administração Pública na nossa região, demonstra a necessidade de dinamizar as outras atividades do setor de serviços e os outros setores econômicos nos diversos municípios do Norte de Minas, para além de Montes Claros, de forma a diminuir a dependência da administração pública como, geralmente, o principal empregador”, disse.
Ao discutir o crescimento de empregos e faturamento no setor de serviços, destacam-se áreas como transporte, tecnologia e serviços técnicos, incluindo o trabalho de agrimensor. Este profissional é essencial para medir terrenos, elaborar mapas e auxiliar em obras e projetos de construção, sendo cada vez mais requisitado em áreas urbanas e rurais da região. Nesse contexto, aparece o engenheiro agrimensor Nilson Oliveira, que desde 2000 atua no ramo. Para Nilson, trabalhar na prestação de serviços foi uma escolha consciente e tem como resultado a realização profissional. “É um serviço dinâmico, atendo a várias empresas e mais de 650 clientes. O trabalho é positivo e promissor e não penso em mudar de ramo”, afirma.