
O Norte de Minas conquistou protagonismo internacional ao marcar presença inédita na Expoalimentaria 2025, encerrada na última sexta-feira (26), em Lima, no Peru. Considerada a principal feira da América Latina para os setores de alimentos, bebidas, embalagens e maquinário, o evento reuniu mais de 1.600 compradores internacionais e movimentou expectativas de negócios que ultrapassam US$ 695 milhões.
A participação mineira foi resultado direto da Caravana do Agroexportador, promovida em julho durante a Expomontes 2025, em Montes Claros, pela Sociedade Rural em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG). A iniciativa abriu portas para que empreendedores locais levassem ao Peru um recorte do que o Cerrado tem de mais autêntico.
No estande do projeto Sabores dos Gerais/Núcleo do Pequi, o público conheceu produtos derivados de pequi, baru e jatobá, além de itens da Charcutaria Sagrada Família, da Nutri Multi, da Cooperativa Grande Sertão e de outros empreendimentos da região. “Já realizamos rodadas de negócios com parceiros do Japão, Itália, Peru, Colômbia, Argentina e Estados Unidos. Representar nossa região em um evento dessa dimensão é motivo de orgulho”, afirmou Sara Alves de Mello, coordenadora do projeto e representante da Prefeitura de Montes Claros.
O nutricionista Daniel Vieira, diretor do Núcleo do Pequi, destacou o caráter estratégico da participação: “Mais do que vender, mostramos ao mundo a riqueza do Cerrado, com alimentos que unem tradição, valor nutricional e inovação. O pequi, o baru e o jatobá carregam identidade cultural e grande potencial de mercado.”
O Brasil conquistou o Prêmio de Melhor Pavilhão da Expoalimentaria 2025, feito que teve contribuição especial dos produtores do Norte de Minas, que integraram o espaço Amazing Foods Brazil. A gastronomia do Cerrado encantou jurados e visitantes, com pratos elaborados a partir de frutos regionais. “Foi emocionante ver nossos sabores no centro das atenções e receber reconhecimento logo na primeira participação”, relatou Daniel.
A conquista reforça a vocação da Expomontes como vitrine para negócios globais. “Eventos como a Caravana do Agroexportador mostram que nossa produção é competitiva e carregada de identidade. Temos produtos seguros, de alta qualidade e com o DNA da nossa cultura”, afirmou Eduardo Peres, diretor da Sociedade Rural.
Para Luís Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do MAPA, o diferencial do Norte de Minas foi unir qualidade e autenticidade: “No comércio internacional, persistência é essencial. Mas quando oferecemos alimentos sustentáveis, com origem e tradição, conquistamos a confiança dos compradores”.
A montes-clarense Ângela Peres, diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do MAPA, ressaltou o impacto do Cerrado mineiro na feira: “O público internacional ficou encantado com o pequi e as castanhas. Esses produtos dialogam diretamente com tendências globais: alimentos saudáveis, únicos e com identidade. Países andinos, da América Central, da Europa e da Ásia demonstraram interesse imediato”.
O presidente da Sociedade Rural, Flávio Gonçalves Oliveira, avaliou que a experiência vai muito além de contratos: “Mostramos que a integração entre negócios, cultura e conhecimento gera valor. A Expomontes se consolida como ponte entre o Norte de Minas e o mundo, promovendo desenvolvimento, emprego e renda para nossa gente”.
A presença mineira em Lima não foi somente uma vitrine de produtos, mas um movimento estratégico de internacionalização do agro regional. Além das rodadas de negócios, os frutos do Cerrado brilharam em degustações e apresentações gastronômicas que atraíram olhares globais. Como resumiu Sara Mello: “Estamos no caminho certo: transformar riquezas locais em oportunidades globais”.
