Comércio impulsionado

Pequenos negócios sustentam quase metade do Brasil

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 25/09/2025 às 19:00.
A MEI, Carla Xavier de Macedo Machado, atua há cinco anos no ramo da beleza com um salão localizado em um bairro de Montes Claros e diz que essa renda ajuda no orçamento familiar (arquivo pessoal)
A MEI, Carla Xavier de Macedo Machado, atua há cinco anos no ramo da beleza com um salão localizado em um bairro de Montes Claros e diz que essa renda ajuda no orçamento familiar (arquivo pessoal)

Quase metade da população brasileira, cerca de 96,7 milhões de pessoas, depende direta ou indiretamente da renda gerada por pequenos negócios, segundo a segunda edição do Atlas dos Pequenos Negócios, estudo econômico divulgado pelo Sebrae que destaca o impacto social e econômico do setor no país.

O levantamento evidencia que, em 2024, aproximadamente 43,7 milhões de brasileiros vivem diretamente da renda proveniente de microempreendedores individuais (MEI) e micro e pequenas empresas (MPE), considerando os donos de negócios e seus familiares. Quando somados os empregados dessas empresas e suas famílias, esse número representa 45% da população.

De acordo com o presidente do Sebrae, Décio Lima, a formalização desses empreendimentos é essencial para o desenvolvimento econômico. “Garante a sobrevivência das famílias e gera oportunidades para toda a sociedade”, afirmou.

O impacto dos pequenos negócios pode ser observado na rotina de empreendedoras como Carla Xavier de Macedo Machado, que atua há cinco anos no ramo da beleza com um salão localizado em um bairro de Montes Claros. O empreendimento funciona em parceria com outras duas profissionais, todas registradas como MEI, e tem papel fundamental na renda das famílias envolvidas e na movimentação da economia local.

“É uma área cheia de altos e baixos, mas ajuda bastante na renda da minha família e, acredito, das minhas parceiras também. Para a comunidade, é excelente, porque não havia estabelecimentos desse tipo no bairro. Isso gera movimento e economia, já que também compramos muitos produtos na própria região”, destacou Carla.

Apesar do impacto positivo, a microempreendedora enfrenta desafios comuns ao setor, como a dificuldade de divulgação dos serviços e o controle financeiro. “A maior dificuldade é conseguir fazer a divulgação do trabalho e manter um controle certinho do que entra e do que sai”, explicou. Com planos de expansão, ela quer ampliar o público e oferecer novos serviços. “Quero prosperar, crescer, atender pessoas de fora do bairro e oferecer novos serviços. Para isso, é preciso muito trabalho e ajuda”.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Montes Claros, Ernandes Ferreira, reforça a relevância do setor, que considera a base do empreendedorismo e essencial para a geração de empregos e renda. “Os pequenos negócios são fundamentais, pois representam o início do empreendedorismo e garantem a subsistência de muitas pessoas, especialmente em setores essenciais como alimentação e serviços”, ressaltou.

Ferreira destacou que o empreendedorismo surge tanto da necessidade quanto do desejo de prosperar. “Quando falta emprego, as pessoas precisam se reinventar. Muitas vezes, começam na informalidade para garantir a subsistência. Em outros casos, o empreendedorismo nasce da vocação, do desejo de gerar riqueza e melhorar de vida”, explicou.

Segundo ele, o espírito empreendedor faz parte do perfil do brasileiro. “Está no nosso sangue. Somos um povo que busca alternativas e oportunidades. Mesmo quem tem emprego muitas vezes desenvolve outra atividade para complementar a renda. Sem empreendedores e colaboradores buscando esse crescimento, o Brasil perde receita e capacidade de desenvolvimento”, concluiu.

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