
Com a chegada da Páscoa, o comércio mineiro projeta um cenário promissor. Conforme a pesquisa Expectativa do Comércio Varejista — Páscoa 2025, da Fecomércio MG, 41,7% dos varejistas do setor alimentício esperam um aumento no faturamento, enquanto 39,9% preveem um desempenho superior ao do ano passado. O gasto médio por cliente deve variar entre R$ 70 e R$ 100 para 22,5% dos lojistas, enquanto 21,04% esperam tickets médios entre R$ 100 e R$ 200. As formas de pagamento mais utilizadas devem ser o cartão de crédito parcelado, o crédito à vista e o Pix.
A pesquisa também revela que 72,4% dos lojistas já haviam iniciado as vendas no momento da consulta, com ovos de Páscoa, caixas de chocolate e barras entre os itens mais procurados. Para 82,7% dos comerciantes, a maioria dos consumidores realiza as compras na Semana Santa, sendo que 42,3% fazem pesquisas de preço eventualmente e 28,8% com frequência.
Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os preços dos ovos de chocolate e itens relacionados, como bombons, miniovos, coelhos e barras, subiram em média 14% neste ano, enquanto as colombas tiveram um aumento de 5%.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Montes Claros, Hernandes Ferreira, destaca que, apesar das dificuldades, os lojistas veem a Páscoa como uma oportunidade de crescimento. “Quem trabalha com esse segmento, principalmente de chocolates e até bebidas, tem grande expectativa de trabalho e resultado. Eles estão ajustando suas estratégias para que tenham um bom ano novamente”, afirma.
Para ele, o principal desafio do setor é o aumento do preço do cacau. “O preço quase triplicou no mercado de commodities, e isso reflete diretamente nas vendas. O comerciante precisará ser criativo para que o consumidor continue comprando ovos de Páscoa e outros produtos típicos”, explica.
Mesmo assim, Ferreira acredita que o otimismo predomina entre os lojistas. “Para quem trabalha com chocolates, bombons e ovos de Páscoa, esta é a principal data do ano, como um Natal do segmento. Por isso, eles já estão desenvolvendo estratégias para atingir as metas planejadas”. Ele também destaca mudanças no comportamento do consumidor.
“O consumidor está sempre buscando alternativas, e cada loja precisa adaptar suas estratégias de venda conforme seu público. Os fabricantes já estão oferecendo mais opções e modalidades para atender melhor o mercado”.
ALTERNATIVAS
Em Montes Claros, a confeiteira Sibelly Freitas tem apostado na produção de bolos para a Páscoa, deixando de lado a fabricação de ovos de chocolate. “Já fiz muito ovo, mas hoje eu não faço mais, porque a procura por bolo é muito grande”, explica.
Ela acredita que suas vendas este ano serão superiores às do ano passado. “Eu acho que este ano vou vender uns 20% a mais, porque está muito difícil encontrar chocolate”. Apesar do desafio, ela ainda consegue bons preços. “Eu corro atrás, peço direto ao fornecedor”, afirma.
Freitas observa que o preço do chocolate impacta o comportamento dos consumidores. “Eu não percebo muito isso no meu negócio, porque minha demanda é grande e cada dia chega mais gente. Mas acredito que quem trabalha só com chocolate deve estar enfrentando dificuldades, porque as pessoas não têm dinheiro. Ou estão parcelando, ou comprando menos”.
A confeiteira destaca que os montes-clarenses têm buscado produtos alternativos, como bolos artesanais. “O bolo rende mais, dá para mais pessoas comerem. E é de chocolate, então, em vez de comprar o ovo que é pequeno, a pessoa compra um bolo que tem mais chocolate e dá para mais pessoas comerem”, explica. “É uma opção que junta a família toda e faz sentido para o bolso do consumidor”, conclui.
*Com informações da Agência Brasil