Enoturismo mineiro

Norte de Minas será contemplado com a estruturação da Rota dos Vinhos

Márcia Vieira*
marciavieirayellow@yahoo.com.br
Publicado em 20/08/2024 às 19:00.
Alexandre Damasceno, da Vinícola Vale do Gongo, em Grão Mogol: nove tipos de vinho e produção de 15 mil litros/ano (Arquivo pessoal)

Alexandre Damasceno, da Vinícola Vale do Gongo, em Grão Mogol: nove tipos de vinho e produção de 15 mil litros/ano (Arquivo pessoal)

O Governo de Minas assinou protocolo de intenções com parceiros que vão atuar na estruturação e criação da Rota dos Vinhos no Estado de Minas Gerais. A iniciativa surge como um meio de potencializar o enoturismo, setor que, segundo a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), tem registrado aumento anual de 15% em relação ao número de visitantes interessados em “viver a experiência” que une gastronomia, turismo e hotelaria em um único escopo. 

A Rota dos Vinhos contemplará oito regiões de Minas Gerais: Zona da Mata, Triângulo Mineiro, Sul/Sudoeste, Oeste, Metropolitana, Jequitinhonha, Central, Campo das Vertentes e Norte de Minas. Nesta última, mais especificamente na cidade de Grão Mogol, está localizada a vinícola Vale do Gongo, que atrai milhares de turistas de todas as partes do país. Além de uma geografia privilegiada e construções seculares, Grão Mogol tem um solo que permite o cultivo da uva e sua disponibilidade em variadas formas. 

“Produzimos aproximadamente 15 mil litros de vinho por ano. Temos nove estilos da bebida, do espumante ao vinho tipo Porto. Além disso, temos a uva para consumo in natura, licores e geleias”, conta Alexandre Damasceno, sócio da vinícola. Para quem deseja participar da experiência, é necessário ficar de olho no calendário. As datas são programadas e acontecem em 3 sábados por mês, na temporada de março a outubro. “As próximas disponibilidades são 14 e 28 de setembro e 12 e 19 de outubro. Nas demais datas já estamos lotados”, afirma Alexandre. 

A cidade de Grão Mogol é a única do Norte de Minas que oferece o enoturismo e para o empreendedor. A beleza da paisagem natural do município, aliada à história milenar dos vinhos e seus vinhedos, desperta nas pessoas o desejo de viajar e conhecer esse tipo de empreendimento. Sobre a criação da Rota Mineira do Vinho, ele entende que é uma medida importante que impulsionará o turismo de qualidade e, a partir do vinho, chamará a atenção para outras produções locais vinculadas à gastronomia, à cultura, ao artesanato e ao turismo de modo geral. “Grão Mogol vive hoje um bom momento no desenvolvimento do turismo, alavancado pelo enoturismo, que está em ebulição também em outras partes do Estado. A estruturação dos roteiros enoturísticos, traz desenvolvimento e renda às famílias e aos pequenos negócios das cidades do interior mineiro”, comemora.  
 
POTENCIAL
Para o vice-governador de Minas, Professor Mateus, esta é uma oportunidade não apenas comercial para produzir a uva e extrair o vinho, mas também para atrair aqueles que praticam o enoturismo.

“Sabemos que o enoturismo é uma atividade com um ticket médio mais alto e, portanto, impacta não apenas a realidade das cidades, mas também a renda dos produtores”, observou o Professor Mateus.

Ainda segundo ele, “trata-se de uma renda acessória muito importante para todos os produtores de vinho no mundo, que ainda não estávamos conseguindo capturar. A iniciativa privada já está fazendo a sua parte: temos hotéis, restaurantes, visitas a vinícolas e vinhedos. Tudo isso avança na direção de uma economia mais estruturada, com mais oportunidades tanto no campo quanto na cidade”, afirmou.

A iniciativa de estruturação da Rota dos Vinhos é coordenada pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG), em parceria com Sede-MG, Codemge, Sebrae Minas e Fiemg, por meio de seu Instituto Euvaldo Lodi (IEL).

*Com informações da Agência Minas

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