
Montes Claros se consolida, mais uma vez, como referência estratégica para a pecuária mineira e brasileira ao sediar o “Exercício Simulado de Atendimento a Foco de Febre Aftosa”, promovido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A ação, que começou nesta sexta-feira (26) e segue até o dia 2 de outubro, reúne cerca de 150 fiscais em diversas atividades e pretende fortalecer a prevenção, manter a situação sanitária do Brasil como país livre da doença sem vacinação e ampliar oportunidades no mercado internacional. Até o momento, foram investidos cerca de R$ 70 milhões na defesa agropecuária, sendo R$ 1 milhão destinados exclusivamente ao simulado.
O evento começou com uma coletiva no auditório da Sociedade Rural de Montes Claros, com a presença do secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, e da diretora-geral do IMA, Luísa de Castro. Na ocasião, foram apresentados o cronograma, as etapas do exercício e as estratégias de prevenção, que incluem desde a detecção e contenção de um foco até a comunicação com produtores e autoridades sanitárias.
Segundo Thales Fernandes, a ação tem relevância nacional e internacional, com participação de órgãos de defesa agropecuária de todo o país. “Hoje, em Montes Claros, temos aqui uma representatividade do Brasil inteiro nesse simulado, que é nacional. O mundo está de olho para enxergar a robustez do serviço veterinário oficial brasileiro e mineiro, porque o IMA é referência. Uma vez conseguido o status de país livre de febre aftosa, reconhecido em maio pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), o grande desafio agora é manter esse status. Este simulado mostra o trabalho que estamos fazendo para garantir isso e como vamos agir caso um foco aconteça, demonstrando ao mundo que estamos prontos para abrir novos mercados”, afirmou.
Fernandes ressaltou que Montes Claros é referência na pecuária, com fazendas tradicionais e amplo apoio de entidades locais. A região, que responde por mais de 50% das vendas de carne bovina de Minas Gerais, se destaca pelo potencial de crescimento, produtores qualificados, genética avançada e frigoríficos voltados à exportação.
A diretora-geral do IMA, Luíza de Castro, afirma, categoricamente, que não há foco de febre aftosa nem na região de Montes Claros, nem em Minas Gerais inteira. “O que a gente está fazendo aqui é um exercício de simulação do atendimento a um eventual foco”, afirmou. Segundo ela, a ação também registra a capacidade de resposta do estado junto à OMSA, requisito essencial para acessar mercados exigentes, como União Europeia e Mercosul.
Luíza explicou que a simulação segue todas as etapas de um surto real: “Desde a notificação e investigação até o saneamento da propriedade, a vigilância no entorno e o rastreamento dos animais, e precisa ser rápida para garantir a confiança internacional e proteger acordos comerciais”. Para reforçar essa resposta, o IMA investiu R$ 21 milhões em tecnologia desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), que integra todos os dados do foco em um único sistema, permitindo monitorar, rastrear e concluir ações com agilidade.
“Altamente contagiosa e capaz de causar grandes prejuízos à pecuária, a febre aftosa exige ações preventivas como a realizada em Montes Claros para manter o Brasil livre da doença e competitivo no mercado global”, destacou Luíza de Castro.
