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Sábado,23 de Novembro
Morde e assopra

MOC registra inflação de 0,31%, mas alimentos pressionam orçamento

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 25/06/2024 às 19:00.

“Está tudo mais caro, está tudo alto”, comenta a cabeleireira, Maria Ivonete Gonçalves (LARISSA DURÃES)

A inflação em Montes Claros foi de 0,31% em maio de 2024, segundo pesquisa do Setor de Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Departamento de Economia da Unimontes, uma queda em relação aos 0,80% registrados em abril. Com esse resultado, o acumulado no ano atinge 3,47% e nos últimos doze meses, 5,46%. Embora tenha havido uma redução de 1,20% nos preços dos gêneros básicos que compõem a Ração Essencial Mínima, resultando em um aumento acumulado de 8,87% na Cesta Básica de Montes Claros no ano, os consumidores continuam a sentir o impacto da alta dos preços, especialmente no setor de alimentação.

A economista Vânia Silva Vilas Bôas destacou que os produtos in natura, como frutas e verduras, tiveram aumentos isolados superiores à inflação. “Em maio, os hortifrútis já registraram variações positivas, decorrentes dos efeitos das chuvas no Rio Grande do Sul. Um exemplo é a batata inglesa, que teve um aumento de mais de 11%”, afirmou a economista. Ela explicou que, de maneira geral, tubérculos, raízes e legumes sofreram reajustes, com uma média de aumento em torno de 16%.

A variação de preços foi observada tanto na alimentação em casa quanto fora. Segundo a economista, bares e restaurantes, apesar de tentarem manter os preços, acabaram realizando reajustes devido à menor oferta de produtos. “As porções servidas e as bebidas também sofreram aumentos”, relata.

Outro item de grande representatividade no orçamento dos moradores de Montes Claros, o arroz, apresentou um aumento significativo. “Em maio, o preço do arroz subiu 6,5%. Nas três primeiras semanas de junho, o aumento foi ainda mais acentuado, principalmente devido à menor oferta no mercado, consequência do excesso de chuvas na região sul do país, que afetou a colheita”, explica Vânia.

“Os preços do leite (1,45%) e seus derivados também registraram aumentos neste mês, explicados pela entrada no período de entressafra e pela queda nas importações, resultando em menor oferta. O café (3,99%), por sua vez, teve os preços reajustados no mercado internacional, incentivando as exportações e impactando o mercado interno”, destacou a economista.

A pesquisa mostrou que os preços de itens como tomate (-8%), banana-caturra (-5,30%), feijão carioquinha (-4,01%), carne bovina de segunda (-2%) e margarina (-0,21%) caíram. Em contrapartida, a batata (11,99%), arroz-amarelão (6,50%), café (3,99%), farinha de mandioca (3,16%) e leite tipo C (1,45%) tiveram aumentos. Pão-de-sal, açúcar e óleo de soja mantiveram preços estáveis. 
 
MAIS CARO
Relatos de consumidores locais confirmam as variações nos preços dos produtos. “Está tudo mais caro, está tudo alto”, disse a cabeleireira, Maria Ivonete Gonçalves. “Eu ganho dois salários por mês e na última feira que fiz lá para casa, gastei 28%. Somos quatro e ainda temos as despesas de luz, água e telefone que são ainda mais caras porque se atrasa tem imposto”, diz desolada. 

Tiago Hencio Barbosa, proprietário de um pequeno negócio de frutas e verduras, observou uma leve queda nos preços entre maio e abril, mas ainda considera as mercadorias caras. “Embora tenha havido uma pequena redução recente, muitos produtos não tiveram seus preços normalizados após os aumentos significativos no final do ano passado.” Barbosa acredita que a situação no Rio Grande do Sul pode afetar alguns produtos, como a maçã, mas no geral seu negócio não é tão impactado por trabalhar principalmente com frutas locais.

A orientação da economista, “é buscar produtos da safra para melhor controle do orçamento e fazer substituições inteligentes para enfrentar a alta de preços”, aconselha.

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