ECONOMIA

Microempresas mantêm cautela nos investimentos

Pesquisa monstra que em Minas Gerais oito em cada dez negócios não possuem dívidas

Larissa Durães
Publicado em 02/05/2023 às 20:00.
Comerciantes afirmam ter dívidas, mas os compromissos estão em dia (Larissa Durães)

Comerciantes afirmam ter dívidas, mas os compromissos estão em dia (Larissa Durães)

Apesar das dificuldades devido ao aumento dos custos relacionados a insumos, mercadorias, combustíveis e aluguéis, que contribuíram para uma menor arrecadação no faturamento, oito em cada dez micro e pequenas empresas (MPE) mineiras, mesmo remando contra a maré, conseguem honrar os seus compromissos de pagarem suas dívidas ou até mesmo de não adquirirem outras. Foi o que mostrou a pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Quem bem sabe disto é o empresário norte-mineiro do ramo de serviço para a área da saúde e segurança do trabalho, Fernando Queiroz. Ele acredita que a motivação para as MPE da região quitarem as suas dívidas ou deixarem de fazer novas, é porque já estão calejados pelas instabilidades do comércio no Brasil e, portanto, deixam de investir e automaticamente não se sentem incentivados a fazer novas dívidas para produzirem. “Então, damos uma equilibrada e tentamos passar pela crise sem maiores lesões para encarar uma folga lá na frente”, explica.

O empresário, que teve um decréscimo nas vendas de dezembro para cá de 40%, atribui a atual instabilidade econômica à mudança no governo federal e devido a vasta experiência sabe que se precaver é o melhor caminho, pois a empresa sempre sofre o impacto da mudança “Independente se é de direita ou esquerda, sempre que muda é assim. Nossas dívidas são dívidas de divisão de impostos, na qual temos feito sacrifício para pagar. Mas as nossas ações ainda são tímidas para investimento, justamente por conta desta instabilidade do mercado. Como já sabia que ia acontecer isso, e que ia ter variação no mercado, deixei reservado uma soma para não deixar de pagar as dívidas”, diz. 

Já para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Montes Claros (CDL), Ernades Ferreira o motivo que leva o empresário montes-clarense a pagar suas dívidas, é saber que pode perder crédito na praça ou pior, fechar as portas. “Os empresários sabem que se não tiver crédito, se não estiver em dia com os fornecedores e quitado com o estado, e estiver inadimplente, isso impacta diretamente no seu negócio e no funcionamento, até correndo o risco de fechar as portas”, ressalta. 
 
PESQUISA
A pesquisa do Sebrae com o IBGE mostrou que 38% dos donos de pequenos negócios no estado afirmaram ter dívidas ou terem feito empréstimos, mas disseram que os compromissos estão em dia. Outros 38% dos empreendedores entrevistados afirmaram não ter débitos, enquanto 25% revelaram estar em atraso no pagamento dos empréstimos. Em todo o país, 39% dos empresários disseram que não têm dívidas e 27% atrasaram a quitação das parcelas. E o nível de confiança em relação ao ano ser bom para o comércio, é de 95%. 

Já 72% dos entrevistados no estado disseram não ter contraído empréstimos nos últimos três meses, porcentagem ligeiramente superior ao nível nacional (70%). Para 65% dos empresários, 2023 será melhor que o ano passado em termos de crescimento do negócio, enquanto 21% acreditam que o ano atual será pior que 2022.

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