Economia

Micro e pequenas empresas salvam

Boletim do Mercado de Trab. Formal aponta 75% do saldo de empregos registrados pelas MPEs

Larissa Durães
Publicado em 07/12/2022 às 22:47.
A maioria dos postos de trabalho gerados no setor do comércio e serviços são oriundos das micro e pequenas empresas em Montes Claros (LARISSA DURÃES)

A maioria dos postos de trabalho gerados no setor do comércio e serviços são oriundos das micro e pequenas empresas em Montes Claros (LARISSA DURÃES)

Na edição de quarta-feira (6), O NORTE publicou que foi registrado em Montes Claros o primeiro saldo negativo do ano na relação entre admissões e desligamentos de trabalhadores formais: com aumento de 15% nas demissões, contra 13,7% nas contratações em outubro. Situação oposta à vivida pelas micro e pequenas empresas (MPEs).

O Boletim Informativo do Mercado de Trabalho Formal, realizado pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), informa que 75% do saldo de empregos registrados foram promovidos pelas micro e pequenas empresas da cidade. 

Na contramão das indústrias e a construção civil, que tiveram o maior saldo negativo, seguidos pelo setor agropecuário.

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas (Sebrae), os pequenos negócios foram responsáveis por cerca de oito a cada dez novas vagas de trabalho criadas no país em outubro. O saldo positivo de empregos gerados por empresas de todo tipo porte no país, nesse período, foi de 159.454, sendo que os pequenos negócios respondem por 125.114 das contratações (78,5%).  Em Minas, o levantamento realizado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, mostrou que o saldo foi de 12.499 novos postos de trabalho, o segundo maior do país, ficando atrás apenas de São Paulo (36.88).

VALORIZAÇÃO NECESSÁRIA 
Os saldos positivos das MPEs no país faz com que o presidente do Sindicato do Comércio de Montes Claros (Sindcomércio), Glenn Andrade, destaque a tardia mudança de postura dos governos, federal e estadual em relação a esses setores. 

“Eles devem entender que é através da soma de empregos nas pequenas e microempresas que a gente consegue construir a maior parte de massa trabalhadora do Brasil. Daí a importância do incentivo, do estímulo e prosperidade desses pequenos negócios”, ressalta. 

Visando essa mudança, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) de Minas e os sindicatos do estado – incluindo o de Montes Claros –, manifestaram junto ao governador Romeu Zema (Novo) preocupação em relação à cobrança da diferença de alíquotas de contribuintes do Simples Nacional.  

“É quando se compra um produto fora do estado e coloca na sua loja para revender aqui em Minas. Estão sendo tributadas excessivamente, desestimulando a manutenção do negócio. Então, pedimos um tratamento diferenciado, principalmente nessas áreas”, ressalta o presidente do Sindcomércio, Glenn Andrade.
 
DESAFIOS 
As questões que afetam a temática tributária, sempre suscitaram desafios à atividade econômica. Pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos Econômicos, da Fecomércio MG, na qual foram abordados mais de 1.000 empresários do comércio de bens, serviços e turismo do estado, dos quais cerca de 76% constituem MPEs e 72% optantes pelo regime do Simples Nacional, indicando que o maior gargalo para sua competitividade recai sobre as questões tributárias.

Glenn explica que hoje o Simples se encontra com base defasada e que não oferece qualquer estimulo para as MPEs.

“Daí a grande inadim-plência que está ocorrendo no Brasil, porque os pequenos e micro negócios não estão aguentando pagar o Simples”, informa. 

O único setor que proporcionou um saldo positivo em Montes Claro, em outubro,, foi o comércio. Indústria e construção civil tiveram saldos negativos expressivos. 

“A maioria dos postos de trabalho gerados no setor do comércio e serviços são oriundos das micro e pequenas empresas em Montes Claros”, afirma Glenn.

“Atividades de Teleatendimento” é o setor com maior participação, tanto nas admissões, quanto nos desligamentos. Em outubro, foi responsável por 424 admissões e 465 desligamentos. Foi a primeira vez que apresentou um saldo negativo em 2022.

“Construção de Edifícios” respondeu por 162 admissões, enquanto“Comércio Varejista de Mercadorias, em Geral” foi a terceira com maior movimentação, sendo responsável por 94 admissões.

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