economia

Micro e pequenas empresas representam 30% do PIB

De acordo IBGE, cerca de 95% das empresas no país são classificadas como pequenas

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 06/03/2024 às 20:05.
Para empresária, a sensação de levar o país nas costas é bastante árdua (arquivo pessoal)

Para empresária, a sensação de levar o país nas costas é bastante árdua (arquivo pessoal)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou um crescimento de 2,9% em 2023, alcançando a marca de R$ 10,9 trilhões ao final do ano. Um fator crucial para esse resultado foi a significativa contribuição das pequenas empresas, que representam cerca de 95% de todas as empresas do país e contribuem com 30% para a formação do PIB.

Mas isso tem um preço, como acredita Sarah Karolina Oliveira, empresária no ramo de venda de pneus há um ano e três meses, ao expressar dificuldades como pequena empresária, destacando o peso dos impostos e as complexidades burocráticas. “No primeiro processamento de folha de pagamento, fiquei tão assustada e, às vezes, o imposto acaba sendo maior do que eu tenho. É muito difícil ter essa sensação de levar o país nas costas”, desabafa.

No entanto, segundo o economista Aroldo Rodrigues, é previsto um crescimento positivo em 2024, o que impulsionará não apenas a economia em geral, mas também o desenvolvimento das micro e pequenas empresas. “De acordo com o boletim Focos, dessa semana, a projeção para esse ano é de 1,77% no PIB. E com o impacto esperado da queda na taxa Selic tudo isso vai impulsionar o crescimento econômico neste ano. Então, esse ano tem tudo pra ser um ano positivo para crescimento, de forma geral em todos os setores”, analisa.

Segundo o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs, o crescimento do setor foi mais que o dobro do PIB em 2023, destacando-se a indústria, que registrou um aumento de 17%, e os serviços, com um acréscimo de 4,4%. No entanto, o comércio apresentou uma retração de 3,6%, e a infraestrutura teve uma queda de 2%. As micro e pequenas empresas foram responsáveis por mais de 80% dos empregos formais em 2023, gerando mais de 1,18 milhão de empregos e contribuindo para a recuperação do poder de compra das famílias brasileiras.

Diante desse cenário, Aroldo explica que ser um micro e pequeno empreendedor no país continua sendo desafiador. “A maioria das empresas que não progridem, cerca de 60% delas em até cinco anos, não procuram apoio, como o oferecido pelo Sebrae, e abrem de forma empírica. Então é difícil empreender por falta de conhecimento técnico, e por questões burocráticas e acesso ao crédito caro e difícil”, explica o economista. “Um ponto importante é encorajar os pequenos empreendedores não formalizados a se regularizarem, pois, ao se tornarem MEI, terão vários direitos e até mesmo contratar funcionários. Isso é crucial para que se tornem verdadeiros microempresários”, explica.

Sarah, por sua vez, espera que os governantes reconheçam o setor que contribui significativamente para o crescimento do PIB, destacando a falta de benefícios para os empreendedores que cumprem suas obrigações fiscais. “Às vezes, pagamos até mais do que grandes empresas, mas não vemos retorno proporcional em lucro. Acredito que os governos deveriam priorizar a melhoria da taxa de imposto e apoiar mais o comércio, especialmente os pequenos empreendedores”, desabafa.

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