Montes Claros fechou julho com saldo positivo de 273 novos postos de trabalho, resultado de 4.546 contratações e 4.273 desligamentos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego nessa quinta-feira (28).
Os setores de Comércio (153) e Serviços (87) foram os que mais contribuíram para o saldo positivo no período. O estoque de trabalhadores formais no município chegou a 98.728 em julho, sendo que mais da metade (51,6%) está empregada no setor de Serviços. Do total de empregos formais em Montes Claros, 22.924 trabalhadores atuam em áreas como informação, comunicação, finanças, serviços imobiliários, profissionais e administrativos, representando 23,2% do mercado e quase metade do setor de Serviços. Outros 25.466 profissionais estão alocados no Comércio (25,8%). O restante, segundo o estudo, está dividido entre Indústria (com 12.205 trabalhadores, 12,3%), Construção (7.206, 7,3%) e Agropecuária (2.883, 2,9%).
No acumulado de 2025, a cidade já soma sete meses de crescimento na geração de empregos. Foram 31.779 admissões e 29.937 desligamentos, o que representa saldo positivo de 1.842 vagas, com média mensal superior a 260 novos postos de trabalho.
Para Fernando Queiroz, do Sindicato do Comércio de Montes Claros (Sindcomércio), avalia que o segundo semestre será promissor, com a expansão da indústria e da engenharia impulsionando o comércio e a geração de novos empregos. “Automaticamente isso reflete também no comércio, que acompanha os investimentos e gera ainda mais postos de trabalho”, destacou.
Queiroz, no entanto, observa que o saldo poderia ter sido maior se não houvesse a migração de trabalhadores para atividades informais. “A influência dessa migração para o micro empreendedorismo digital, como Uber e iFood, impacta diretamente o mercado formal de empregos”, disse.
Outro ponto levantado foi a dificuldade das empresas em encontrar mão de obra qualificada. “Os cinco ‘S’ que são instituições como o SENAR, o SESC, o SENAI, SESI e SENAC, oferecem capacitação, na maioria das vezes gratuita. Um exemplo é a área de segurança do trabalho, que hoje tem cursos gratuitos no SENAI, e é bastante demandada na região”, explicou.
O coordenador da Associação das Empresas do Distrito Industrial 1 e 2 de Montes Claros (ASSED), Bertholdo Pimenta, destacou a relevância do setor industrial no mercado de trabalho local, mesmo diante da predominância do comércio e dos serviços. “Somos de extrema importância, mesmo tendo essa porcentagem de 12% dos trabalhadores formais, porque nós participamos com 27% dos impostos da região. São empresas fortes, em amplo crescimento, que buscam parcerias para dar cada vez mais importância não só à cidade, mas a todo o Norte de Minas”, afirmou.
Apesar de não liderar as contratações em julho, Pimenta destacou que o crescimento da indústria é real, já que o setor não tem alta rotatividade e está ampliando turnos de trabalho, gerando novas vagas efetivas. “As Fábricas que tinham cem funcionários estão aumentando a demanda. Hoje já existem empresas abrindo o terceiro turno, o que significa mais contratações efetivas e não apenas substituições”, explicou.