Montes Claros registrou um índice de inflação de 0,96%, evidenciando um aumento em comparação ao índice de dezembro do ano anterior, que foi de 0,68% (LARISSA DURÃES)
O Setor de Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros divulgou os resultados de sua pesquisa de variação de preços referente a janeiro de 2024, revelando um índice de 0,96%. Este valor representa um aumento em comparação ao índice registrado em dezembro do ano anterior, que foi de 0,68%.
“Em janeiro, a inflação de Montes Claros fica superior à que foi registrada em dezembro último. Tivemos uma inflação que, mais uma vez, conforme prevíamos, foi a alimentação que liderou o grupo de maior contribuição para a ela”, comenta a economista e coordenadora do IPC, Vânia Vilas Bôas.
Em janeiro de 2024, o Grupo Alimentação com maior peso (29.4700) na composição do orçamento doméstico, apresentou uma variação positiva de 1,83%, contribuindo com 0,53% para o resultado final do índice — “O aumento na alimentação foi perceptível para o consumidor, principalmente em decorrência de itens básicos como o arroz, que vem subindo já há três meses consecutivos, tendo um aumento considerável de R$3,48 agora”, explica a economista.
Os preços dos itens essenciais apresentaram um aumento de 2,69% em janeiro de 2024, em contraste com a queda de -0,51% registrada em 2023 devido a uma safra recorde. As condições climáticas adversas, desde dezembro, impactaram a produção de grãos nas regiões centro-oeste e sul, resultando em uma oferta reduzida de milho, soja, arroz e feijão. Essa situação tende a gerar aumentos nos próximos meses, impactando especialmente os trabalhadores de baixa renda.
“Isso é explicado principalmente em decorrência das condições climáticas adversas que vamos tendo desde dezembro, com excesso de chuvas em regiões produtoras e secas em outros estados. Percebemos aí que a maior produtora de grãos que vem, o milho, a soja, o próprio arroz e feijão, que é a região centro-oeste, a região sul, em decorrência dessas condições a produção caiu. Vamos verificar que essa queda na produção impactou tanto a safra como também a área de plantio e isso faz com que a gente possa projetar que nos próximos meses teremos ainda aumento nesses preços, desses itens, desses produtos básicos”, avisa Vânia.
VARIAÇÕES
As variações positivas ocorreram nos preços da batata inglesa, 12,32%; tomate, 8%; margarina, 2,98%; feijão, 2,5%; banana caturra, 2,12% e, carne bovina, 1,90%. O leite tipo C, a farinha de mandioca, o pão de sal, o café, o açúcar e o óleo de soja mantiveram preços estáveis em relação ao mês anterior.Os produtos que apresentaram as maiores variações foram a batata, com um aumento de 12,32%; o tomate, com 8%; e o arroz, com 3,48%.
Para Vânia, janeiro historicamente registra uma alta inflação devido aos gastos com matrículas, mensalidades e material escolar. Isso afeta especialmente os grupos de educação, com um aumento de 0,22%, e alimentação, com um reajuste de 0,53%. Além disso, há despesas adicionais, como o IPVA, com um aumento de 4%, e tarifas de ônibus urbano e frete de transporte escolar, ambos com aumentos acima de 6%. “Esses fatores contribuem para o resultado final. No entanto, houve aspectos positivos, como a queda nos preços do grupo vestuário e saúde e cuidados pessoais”, finaliza.
A professora Cláudia Lopes afirma que, mesmo tendo sido informada sobre a inflação mais alta em janeiro em comparação com dezembro, ela não percebeu essa variação. “Olha, comprei o que compro normalmente sem sentir que aumentou”, relata.