Produtos alimentares tiveram queda de -3,96% em março de 2023 (Larissa Durães)
O mês de março de 2023 trouxe certo alívio para o bolso do consumidor montes-clarense. Conforme demonstra a pesquisa de variação de preços realizada pelo Setor de índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), o referido mês teve a menor inflação do ano com índice de 0,40% em relação a janeiro que foi de 0,89% e fevereiro de 0,41%. Queda se deve, principalmente, a desaceleração dos itens alimentares.
Entretanto, para a dona de casa, Janete Clea Mariano, não foi bem assim. Para ela, que foi ao supermercado na semana passada, os preços estão iguais ou até mais caros. “Não vi melhora da inflação, pois, o arroz que compro a R$ 19, vi que está R$ 27. Para achar um, no valor de R$ 19, tiver que comprar um de uma marca mais escassa”, lamenta. “Para poder sobreviver melhor, ao menos os alimentos deveriam abaixar. Mas os estabelecimentos não estão passando pra gente esta queda da inflação, pelo contrário”, diz desconsolada. Janete, informa que os remédios estão mais caros, os produtos de limpeza, a água e a luz. “E na minha casa, que somos em sete, só meu marido trabalha, está bem difícil”, completa.
Apesar da consternação de Janete, a economista e coordenadora do IPC da Unimontes, Vânia Vilas Bôas, ressalta que as expectativas são boas para os próximos meses. “´Devido ao fato de que o Brasil está em plena colheita de safras. E no exterior também, principalmente de grãos”. O que contribui para o maior consumo de itens de grãos na indústria alimentícia; e na alimentação de animais, fazendo com que preços de carnes, tanto bovina, quanto avícola, possam vir a reduzir cada vez mais. “O que faz com que a inflação esse ano, principalmente, nos alimentos não seja tão expressiva como foi em anos anteriores” diz.
Para Vânia, a desaceleração desse ano irá trazer alívio, principalmente, para a classe baixa. “Porque com a desaceleração nos produtos alimentícios, combinada a essa nova remodelação dos programas de transferência de renda, como Bolsa Família vai ajudar muito os mais vulneráveis”, acredita.
Para ela, o único problema que possa vir a prejudicar essa tendência positiva são os preços dos serviços que estão fora da oferta e da demanda, como serviços de telefonia, água, luz, combustíveis. “Mas a perspectiva, pelo menos em termos de produtos alimentares, é que tenhamos preços mais reduzidos”, confirma Vânia que explica ainda esperar uma inflação alimentar de 5% este ano como positiva; pois a de 2022 extrapolou os 10%.
CESTA BÁSICA
Em MOC, para garantir a sua alimentação por um mês, um trabalhador local com renda bruta de R$ 1.302 utilizou, em março, 37,69% do seu salário para comprar uma cesta básica e suas respectivas quantidades. Dessa forma, essa cesta custou a ele R$ 490,77 em oposição a R$ 511,02 do mês anterior.
Após a aquisição da cesta básica restaram ao trabalhador montes-clarense R$ 811,23 para as demais despesas, como moradia, saúde e higiene, serviços pessoais, lazer, vestuário e transporte.