Montes Claros registrou, em julho, o menor índice de inflação de 2025. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor de Montes Claros (IPC-MOC), calculado pelo Departamento de Economia da Unimontes, a variação foi de 0,30%, abaixo dos 0,81% registrados em junho. O último índice tão baixo havia sido em maio, com 0,31%. No acumulado do ano, a inflação chega a 3,92%.
Conforme a coordenadora do IPC-MOC, professora Vânia Vilas Boas, a desaceleração foi impulsionada principalmente pelas reduções nos grupos Alimentação e Transportes. “Estamos vendo que, dentre os grupos que fazem parte do IPC, a alimentação lidera com quedas substanciais em diversos produtos, tanto in natura, de elaboração primária, quanto industrializados. Também verificamos recuo no grupo de transportes, onde combustíveis como etanol e gasolina apresentaram queda, favorecendo o resultado do índice”, explicou.
A Cesta Básica ou Ração Essencial Mínima, composta por 13 produtos alimentícios suficientes para sustentar um trabalhador adulto durante um mês, registrou queda de 5,21% em julho, contra 1,64% do mês anterior. “Essa redução é resultado da variação negativa de itens essenciais como leite, arroz, açúcar, óleo de soja, feijão, tomate e batata-inglesa, que vinham subindo nos últimos meses e que, em julho, caíram de preço devido principalmente às safras. Isso fez com que o valor chegasse mais baixo para o consumidor final”, afirmou a coordenadora.
Em julho, o trabalhador com renda de um salário mínimo (R$ 1.518) comprometeu 37,19% do rendimento com a compra da cesta, desembolsando R$ 564,60, ante R$ 595,69 em junho. Restaram R$ 953,40 para despesas como moradia, saúde, transporte e lazer.
Entre os produtos que apresentaram maior queda no mês estão a batata-inglesa (-29,18%), tomate (-16,93%), feijão (-8,82%), café (-3,54%), açúcar (-2,95%), arroz (-2,84%) e leite tipo C (-0,63%). Já a banana-caturra (4%) e a farinha de mandioca (1,28%) tiveram aumento, enquanto carne bovina, pão de sal, óleo de soja e margarina mantiveram preços estáveis.
Apesar do recuo, parte dos consumidores ainda não percebeu grande impacto no orçamento. Como a comerciante Vânia Maria Figueiredo, que relatou ter notado reduções modestas. “Na gasolina, teve uma baixa, pouca, mas teve. Em alimentos, percebi queda na batatinha e na cebola. Laranja também baixou”, disse. No entanto, para ela, o efeito foi limitado. “Praticamente não fez diferença no meu orçamento familiar. A diferença foi muito pouca, mínima”, afirmou.
Figueiredo ressaltou que alguns produtos continuam pesando no bolso. “Para mim, continuam caros os produtos que eu trabalho. Como no caso da banana, que ainda está muito cara. A maçã também está cara. Café? Café é muito caro”, pontuou. Ela ainda demonstrou preocupação com os próximos meses. “Acredito que vai ter um novo aumento. Pode ser por causa do tarifário, sim, e meus fornecedores já avisaram que vai ter aumento novo do café”, alertou.