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Quarta-Feira,5 de Fevereiro
Flutuações nos preços

Inflação em MOC: desacelerou em dezembro, mas alta anual foi alarmante

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 08/01/2025 às 19:00.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Montes Claros desacelerou em dezembro, fechando em 0,54%, quase metade dos 1,10% registrados em novembro. O levantamento, realizado pelo Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), apontou que a principal causa dessa desaceleração foi a estabilização dos preços dos alimentos, especialmente das proteínas animais, como carne bovina, suína e aves, que haviam atingido o teto de preços no mês anterior, segundo a economista Vânia Vilas Bôas.

“Embora o grupo de alimentos continue sendo o de maior representatividade para a inflação, em dezembro tivemos uma variação menor nos preços desses produtos em comparação ao mês anterior”, destacou Vânia. No entanto, o índice acumulado nos últimos 12 meses chegou a 7,48% em Montes Claros, bem acima da inflação oficial do país, que encerrou 2024 em torno de 4,5%.

Essa alta, segundo a economista, foi impulsionada principalmente pelos alimentos (1,24%), afetados por fatores como a seca intensa em regiões produtoras, enchentes no Rio Grande do Sul e queimadas no final do ano. “A falta de pasto levou pecuaristas a recorrer ao confinamento, uma prática mais cara, o que impactou diretamente os preços”, explicou.

Além disso, dezembro foi marcado por uma alta na demanda por proteínas animais devido às festas de final de ano, enquanto a oferta foi reduzida pela menor quantidade de abates e pelo aumento nas exportações, favorecido pelo câmbio. “As carnes subiram em média 8%, considerando as bovinas, suínas, aves e peixes”, afirmou.

Outros grupos também contribuíram para a inflação de dezembro, como habitação (0,22%), vestuário (0,92%), saúde e cuidados pessoais (0,39%). Materiais de construção, atrelados ao dólar, registraram reajustes significativos. “Produtos como café (7,47%) e óleo de soja (4,35%) também tiveram preços elevados ao longo do ano, devido à alta do dólar e à preferência dos produtores pela exportação”, pontuou.

A inflação no município também foi pressionada por itens dolarizados e pelos custos elevados de energia elétrica e combustíveis, que impactaram diretamente o poder de compra da população. “A utilização de energia termoelétrica, mais cara, foi repassada aos consumidores por meio da bandeira vermelha, o que, sem dúvida, pesou no bolso das famílias”, enfatizou.

Para 2025, a economista prevê que a inflação continue alta nos primeiros meses do ano, acompanhando as projeções do Boletim Focus, que estima o índice em 4,99% para o período.
 
EFEITOS DA INFLAÇÃO
Simone Farias, supervisora de ensino, relatou que sentiu um aumento nos preços dos alimentos durante o mês de dezembro, especialmente nas carnes. “Senti diferença. Para mais”, afirmou ela, destacando como esse impacto afetou seu orçamento nas festas de fim de ano. “A gente teve que diminuir. A gente teve que reavaliar, ver o que poderia estar comprando. O bom é porque tive o décimo terceiro, então eu não senti tanto. Deu uma aliviada”, explicou Simone, ressaltando que o benefício ajudou a amenizar os gastos extras. No entanto, ela tem se esforçado para controlar melhor os gastos nos meses seguintes. “Agora, o que acontece no decorrer de janeiro é que estou controlando mais, eu quero controlar mais”, afirmou.

A supervisora também precisou adaptar sua ceia de Natal devido ao aumento da carne. “Deixei um pouquinho a carne de lado e mesclei mais, coloquei mais peixe, ovo, fazendo comidas mais variadas”, disse. 

Sobre o impacto do aumento nos custos de energia elétrica e combustível, Simone mencionou que, embora não tenha notado tanto o aumento das tarifas de água e luz, o combustível a fez reavaliar seus hábitos. “A gasolina também teve aumento. Então, por exemplo, é claro que tudo a gente vai reavaliar, a gente vê direitinho, calcula melhor, vê o que a gente pode fazer. Vai controlando mais”, explicou.

Em relação aos produtos que mais aumentaram de preço em 2024, Simone destacou as carnes e as verduras. “A carne foi o principal”, disse ela. “Sempre comprei o mesmo e quando fui comprar pela última vez, pensei até que a menina do caixa tivesse errado. Tanto é que, quando cheguei em casa, conferi item por item, abri o site do supermercado e fui conferindo com outro supermercado. Descobri que um é bem mais barato que o outro”, relatou Simone, que, ao comparar preços, encontrou diferenças significativas entre os estabelecimentos. 

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