IGP-M fechou o ano com alta de 5,45%, divulgou a FGV (ELISA COLOMBO)
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,45% em dezembro, após queda de 0,56% em novembro, e com isso o indicador conhecido como “inflação do aluguel” fechou o ano com alta de 5,45%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (29) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Apesar da aceleração de novembro para dezembro, o resultado ficou abaixo do consenso Refinitiv (o mercado projetava uma alta de 0,54%) e também de dezembro de 2021 (quando a alta foi de 0,87% e a inflação acumulada em 12 meses era de 17,78%).
O IGP-M é chamado de “inflação do aluguel” por ser usado como indexador para reajustar contratos de locação. O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) calcula os preços ao produtor, ao consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Para uma gestora de uma imobiliária em Montes Claros, Fernanda Correia Machado, o índice serve para quando o contrato do imóvel já está feito, a pessoa já está no contrato, “e depois de um ano de contrato realizado e pagando o valor que foi negociado, aí vem um valor diferente, que é o valor do índice”, explica. Porque, de acordo com ela, no contrato de locação se usa o IGP-M (índice geral de preço de Mercado), “por ser mais conhecido e seguro”.
“Se as imobiliárias vão alugar mais ou menos, não tem nada a ver com IGP-M”, porque para Fernanda, quando uma pessoa entra em um imóvel, já existe um valor definido.
“Então, o IGP-M, não afeta este fato”. Só irá interferir, sempre de acordo com ela, depois de um ano. “Se o valor no contrato foi de mil reais, depois de um ano vai aumentar de acordo com o IGP-M, então se hoje foi ofertado por mil, vai continuar por mil. Independente se o IGP-M foi alto ou baixo”, explica.
Sobre a baixa ou alta do IGP-M, Fernanda diz que o reajuste deste índice é anual, então se, uma pessoa aluga em dezembro um imóvel, somente no dezembro do próximo ano é que irá verificar o acumulado que será colocado no valor do aluguel, “se foi, 10% ou 30%, em janeiro se paga o valor reajustado. Lógico que este reajuste impacta, porque no anual, pode aumentar ou abaixar, então o mensal impacta nesse sentindo, mas pegamos é o anual para o reajuste”, informa. E este reajuste, Fernanda explica que vai de acordo com a inflação.
“As pessoas devem entender que existe diferenças do imóvel, quando se entra nele, de quando está para alugar e o imóvel quando já está alugado. Logico que se, se negocia um valor vai ser um valor menor e isso afeta quando se vai entrar em um imóvel, porque depois, tem o reajuste do IGP-M. Então, mais baixo se paga o aluguel, menos se sofre com o reajuste”, avisa.
Para quem tem que viver de aluguel, não é nada fácil estes reajustes. Como é o caso da jornalista Cristini Antonini, que explica que em dez anos de aluguel, percebeu que sempre aumentou, nunca ficou estagnado ou diminuiu. Entretanto, admite também que o aumento de dezembro de 2022, foi menor que o de dezembro de 2021.
“Sempre teve o reajuste, mais este ano foi menor que do ano passado. Na outra virada de ano, aumentou R$ 120 e agora foi R$ 77 reais”, conta. Cristini diz que quando alugou da primeira vez, pediu um desconto.
“Consegui economizar R$ 200 reais, isso ajudou para compensar estes reajustes”, conclui.