A quarta-feira (25) começou com o preço da gasolina mais caro, graças ao aumento anunciado para o preço médio para as distribuidoras – de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro. Os donos de postos, que nem receberam o combustível, já reajustaram o valor.

Quem precisou abastecer o carro em Montes Claros já sentiu no bolso a primeira alta de combustívelno governo Lula. De terça-feira (24) a quarta-feira (25), alguns postos aumentaram R$ 0, 20 na bomba. Filipe Pinheiro é diretor de um posto de combustíveis da cidade e analisa o reajsute.  

“A Petrobras é uma empresa de economia mista, tem ações na bolsa, não pode represar os preços em favor do mercado interno, tem que acompanhar o preço internacional para defender o interesse dos acionistas. No fim, é o mercado quem dita os valores. Nós, simples mortais que trabalhamos todos os dias, é que pagamos a conta”, ressalta. 

Para ele, devemos entender que quem colocou dinheiro na empresa, investiu e acreditou foram os acionistas. 

“Devemos olhar os dois lados da história. Se a minha empresa pudesse comprar combustível a R$ 0,50 e vender a R$ 0, 55, seria maravilhoso, mas infelizmente a realidade do Brasil é outra”, afirma.

“A margem de ganho dos postos de gasolina em Montes Claros, é bem baixa”, ressalta Filipe Pinheiro. “Não ganhamos quase nada com esse aumento, pois, a margem que os postos trabalham em Montes Claros, é de no máximo R$ 0,20 centavos o preço de litro e a Petrobrás aumentou R$ 0,23 por litro”, por isso Filipe completa, “se o posto vai repassar o aumento, ou se vai repassar acima do aumento devemos esperar a decisão da distribuidora, que é quem decide o preço final. A única coisa é a certeza do aumento, mas qual será de cada posto, a distribuidora que a empresa compra, porque cada um, compra de uma distribuidora diferente, é quem vai decidir”, ressalta Filipe.

Consumidor reclama

Segundo o comunicado da Agência Petrobras, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,42 a cada litro vendido na bomba. 

“Um tipo de aumento desse que aconteceu, é impossível o posto absorver porque é maior que a margem que se trabalha”, lamenta Filipe Ribeiro, diretor de um posto em Montes Claros. 

“Existe também o outro lado: provavelmente, semana que vem vai vir o reflexo do etanol”, imagina ele, já que, quando sobe a gasolina, o preço do etanol, entra na lei da oferta e da procura. 

Questionado se o resto, como alimentação, por exemplo, também poderá ficar mais caro, Filipe acredita que não. 

“O transporte no Brasil é feito por diesel, não por gasolina. Quem usa isso como argumento para subir a mercadoria, não está sendo feliz na colocação dele, não está sendo correto”, acredita. 

Para o consumidor final, o empresário do agronegócio Pedro Pinheiro, que precisa usar o carro para trabalhar, o aumento é muito ruim. 

“Eu gasto no mínimo 30 litros por semana, por isso, qualquer aumento é ruim. Mas fazer o que? Tenho que abastecer”, lamenta. 

Pedro acredita que somente com a união da empresa Petrobrás com os estados, é que o combustível vai ficar mais barato. 

“A Petrobrás, junto com os demais estados, tem que diminuir os impostos pra ajudar a gente, porque a previsão não parece boa não. Tá difícil”, reclama. 

A Petrobras argumenta que esse aumento acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio.

*Com informações da B3 e da Agência Petrobras

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