Produtores de frutas da região se unem nesta quarta-feira (10) para o lançamento do selo “100% Nortineiro”, que objetiva impulsionar a cadeia produtora e reconhecer o diferencial do que é cultivado em cidades como Janaúba, Jaíba e Pirapora, entre outras. “O Norte de Minas tem a fruta mais saudável do Brasil, por causa do sol que a gente tem aqui, com baixa pressão de praga. Isso significa menos aplicação de agro defensivos”, explica Nilde Antunes, presidente da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), localizada em Janaúba. 

A partir da certificação, a associação vai trabalhar um programa de comunicação com a rede distribuidora e com a rede consumidora, a fim de ressaltar a qualidade do produto e os benefícios agregados ao consumo. A presidente da Abanorte afirma que a entidade luta permanentemente para que os fruticultores tenham um ganho justo, compatível com a oferta e apesar dos desafios que incluem logística e baixa oferta de água, a produção regional oferece atributos como sabor e excelência. 
 
ORIGEM
A criação do selo é resultado de um trabalho detalhado, iniciado há cerca de dois anos. O primeiro passo foi identificar as regiões produtoras e, em seguida, os produtores foram ouvidos em suas necessidades e sugestões, até se chegar ao formato que atende ao coletivo. Para a fruta ser selada é preciso que o produtor cumpra requisitos como responsabilidade ambiental e a propriedade não pode estar inserida em nenhuma situação de irresponsabilidade social, como por exemplo, trabalho escravo. “Todas as frutas que saem do Norte de Minas poderão ser certificadas, desde que atenda aos critérios estabelecidos. Vamos apresentar um mapa do caminho que ela precisa percorrer para utilizar o selo”, pontua Nilde. 

As frutas mais representativas na região são banana, manga, limão, mamão, uva, poncã e agora está sendo introduzido o cacau. Todas as frutas que estiverem dentro da propriedade poderão ser seladas. O carro chefe é a banana que responde pela maior produção da fruta no Brasil; sendo 22 mil hectares cultivados com as bananas prata e nanica.

A cotação da banana feita na Abanorte determina o preço do produto no Brasil inteiro, segundo Nilde. “É a única instituição que faz essa cotação com inteligência de mercado”, diz. O segundo lugar na produção é de manga Palmer, com sete mil hectares e, em seguida, o limão, com 1.500 hectares cultivados e predominância na região de Matias Cardoso e Jaíba.
 
DESAFIOS
Um dos maiores desafios para os fruticultores é a logística. Os principais mercados compradores do Norte de Minas são o Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Neste último, os concorrentes mais fortes são as cidades de Delfinópolis e Nova União, que tem uma logística menos onerosa, em virtude da localização mais próxima.

Outro desafio para o setor é a mão de obra escassa. “O próximo apagão que se tem desenhado para o agro é a mão de obra. Está cada vez mais cara e difícil, em todas as regiões”, afirma Nilde.

SERVIÇO
ABANORTE
Endereço: R São Pedro 236 - CP 15, Janaúba
Data: 10 de abril de 2024
Horário: 18h

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