Do bom e do melhor

Expomontes celebra 14 anos de parceria com agricultores familiares

Márcia Vieira
marciavieirayellow@yahoo.com.br
05/07/2024 às 21:39.
Atualizado em 05/07/2024 às 21:39
 (Márcia Vieira)

(Márcia Vieira)

O Pavilhão da Agricultura Familiar se tornou uma tradição dentro da Expomontes. É nele que a agricultora Nilceia Nunes Fonseca, moradora de Riachão, distrito de Mirabela, aproveita para mostrar o seu negócio e multiplicar as vendas. Nascida e criada na agricultura familiar, ela participa há seis anos da exposição que acontece em Montes Claros. A mandioca plantada e cultivada em sua propriedade é a matéria-prima, que, pelas suas mãos, se transforma em salgados. 

“Comecei fazendo pouquinho e a cada ano vou aumentando a produção e diversificando os salgados. Tenho um resultado positivo e esses dez dias de evento são muito importantes para mim”, diz Nilceia, que reinveste o dinheiro no negócio. “O lucro que tenho aqui, eu compro um boizinho, engordo e coloco no meu pasto. A carne que eu coloco no meu salgado vem daí. Então, tudo que utilizo vem do nosso trabalho”, afirma a agricultora que faz as vendas durante a exposição e ainda recebe algumas encomendas pós-evento.

O amplo espaço ocupado pelos agricultores é cedido para a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), responsável pela organização e planejamento da feira. Beatriz Cristina, coordenadora regional da área de bem-estar social da Emater na Unidade Regional de Montes Claros, destaca serem 44 vagas preenchidas por meio de edital, divulgado três meses antes da feira, em todos os municípios no qual o órgão atua. “Na regional são 22 municípios, mas a gente divulga para todas as unidades regionais do Norte. Então, todos os colegas do Norte receberam esse edital e o convite para estarem enviando seus agricultores para cá”, afirma Beatriz. 

Os interessados preenchem uma ficha de inscrição, a ficha chega até a comissão responsável por analisar e selecionar os participantes, que devem cumprir os requisitos e algumas restrições. Uma delas é que o produto comercializado não pode conflitar com os demais vendidos na Expomontes, como, por exemplo, arroz com pequi e feijão-tropeiro, que já são vendidos em outras barracas. Ao ser selecionado, o agricultor é avisado e a Emater capacita os profissionais e organiza todo o processo. “Se houver desistência, a gente chama, na ordem na fila de espera, aqueles que fizeram inscrição e não foram selecionados”, conta a coordenadora regional.

Ivanete Ferreira da Silva, extensionista de bem-estar social no município de Glaucilândia e membro da comissão organizadora do evento, está presente desde a primeira edição da feira e entende que o espaço é de extrema relevância para os agricultores. A presença de alguns que participam desde o início resulta de um trabalho contínuo. “Eles fizeram todo um investimento, montaram uma estrutura para estar aqui dentro da feira e estão preparados para participar”, diz Ivanete. Como o processo é dinâmico e ao longo dos anos existe a oferta de novos produtos e novas vagas, priorizando a diversidade, agricultores recém-chegados também têm chance, caso passem pela seleção. “Se hoje eu tenho um agricultor com requeijão quente, processando na hora, então é importante que a feira não absorva mais que um produtor processando requeijão quente na hora. Caldo de cana na hora, temos dois, porque o espaço não suporta mais do que isso e todos têm que fazer as suas vendas”, explica a extensionista, pontuando que todas as áreas de 
produção estão contempladas, inclusive o artesanato em suas variáveis. “O artesanato, na madeira, no tecido, na agroindústria, enfim, temos todos os produtos aqui dentro, um pouquinho de cada”.
 
GRATAS SURPRESAS
O casal Claudete e Adolfo Duhatschek saiu do Paraná para prestigiar a Expomontes e especialmente o espaço da “fazendinha”. Mas a visita foi além e a agricultura familiar foi uma boa surpresa, como conta Claudete. “Tem muitos doces, muitas novidades que eu não conhecia. Já experimentei de tudo. Gostei especialmente do doce de leite com baru, do beiju, do caldo de mandioca e do pirão. Vamos ficar até domingo e viremos todos os dias”, elogia.

O doce de leite com baru, elogiado pelos sulistas, é o carro chefe da barraca de Viama Santana, que, pela primeira vez, participa da Expomontes. Natural de Belo Horizonte e morando em São Francisco desde o ano passado, ela é integrante de uma cooperativa no município e ficou surpresa com o retorno. “Os feirantes são todos acolhedores e as vendas superaram a expectativa. Estou adorando”.

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