Para Alexandre Rocha, pecuaristas enfrentam situação insustentável no Brasil (CNA/Divulgação)
No último dia 15, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) fez uma solicitação ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) pedindo medidas imediatas de apoio aos criadores de gado leiteiro e bovino do Brasil. Essa iniciativa da CNA ocorreu como resposta às drásticas reduções que vêm impactando o setor de produção dessas proteínas de origem animal.
O presidente da CNA, João Martins, assinou um ofício direcionado ao Ministro Carlos Fávaro, no qual ele explica a justificativa para essas medidas emergenciais. As cotações da arroba do boi gordo, por exemplo, sofreram uma queda de 34,1% em São Paulo em setembro, em comparação com o ano anterior. Para agravar a situação, a queda acumulada de 41,3% desde 2020 evidencia a corrosão das margens do setor.
Mas a situação não é diferente no setor de laticínios. Segundo a CNA, o segmento de leite ainda está se recuperando da sua maior queda de produção no ano passado e está sendo impactado negativamente pelas importações massivas de leite, que já somam 1,42 bilhão de litros de janeiro a agosto deste ano. Isso resultou em uma diminuição de cerca de 27% no valor do leite recebido pelos produtores nos últimos 12 meses, enquanto os custos de produção tiveram uma redução muito mais modesta, de apenas 7,4%.
Diante desse cenário, a CNA argumenta que ações imediatas são cruciais para sustentar as cadeias de produção de bovinocultura. Para Alexandre Rocha, presidente do Sindicato Rural de Montes Claros, essa é uma situação crítica para os pecuaristas de todo o Brasil: “Nós, pecuaristas, estamos enfrentando uma situação insustentável. Os preços em queda e as importações de leite estão prejudicando gravemente nossas margens de lucro, tornando difícil a manutenção de nossos empreendimentos”.
A CNA propõe uma série de medidas para aliviar essa situação desafiadora, incluindo a criação de linhas emergenciais de crédito rural e a prorrogação de operações de custeio e investimento para os produtores afetados pela queda de preços. Além disso, eles buscam a implementação de uma linha de capital de giro para os produtores que optarem por não vender seus produtos durante esse período de baixa.
“Essas medidas visam garantir a estabilidade da produção de proteínas animais no campo, preservar empregos e divisas no país, e evitar a saída dos produtores do setor, bem como a possibilidade de desabastecimento de alimentos no médio e longo prazo. É uma resposta urgente e necessária para proteger uma parte fundamental da economia rural brasileira”, conclui o presidente do Sindicato Rural de Montes Claros.